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Fed se reúne a partir de terça e mercados esperam definições

No final de maio, Ben Bernanke, disse ao Congresso que o organismo poderia começar a pôr fim a suas medidas de estímulo à economia nas "próximas reuniões"

O Fed espera, sobretudo, uma clara recuperação do mercado de emprego antes de mudar de rumo (Mark Wilson/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 19h43.

O Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) se reúne nesta terça e quarta-feira e o mercado espera que sua política econômica ultraexpansiva seja mantida, apesar de haver expectativa de que comece a ser definido um abandono progressivo destas medidas de estímulo econômico.

"Não esperamos que o Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (FOMC) anuncie uma queda na recompra de ativos (bônus do Tesouro e títulos hipotecários) em sua reunião de junho. Acreditamos que isso provavelmente acontecerá em setembro", afirmaram em nota os analistas de Nomura.

O Fed, que mantém sua taxa básica de juros próxima a zero desde 2008, investe 85 bilhões de dólares mensais em títulos do Tesouro e títulos hipotecários para sustentar o crescimento do país.

Contudo, no final de maio, seu presidente, Ben Bernanke, disse ao Congresso que o organismo poderia começar a pôr fim a suas medidas de estímulo à economia nas "próximas reuniões", apesar de também ter dito que o endurecimento da política monetária poderia deter a recuperação do país.

O Fed espera, sobretudo, uma clara recuperação do mercado de emprego antes de mudar de rumo.

Depois de semanas de grande volatilidade nos mercados de ações e uma forte queda dos preços dos bônus, os banqueiros, investidores e todos aqueles com um interesse pessoal querem saber se realmente o Fed porá fim a sua política ultraexpansiva.

E em caso positivo, querem saber se será nos próximos meses ou esperará um crescimento econômico mais forte.

Os mercados sempre esperam com impaciência as reuniões do FOMC, onde se estabelece a taxa básica de juros e se decide o rumo da política monetária do organismo.


Contudo, na reunião desta semana muito mais coisas estão envolvidas, porque nos últimos meses foram apostados bilhões de dólares em diferentes interpretações dos comentários de Bernanke.

A crença de que o Fed diminuirá a compra de bônus fez com que as ações desses papéis caíssem e seus rendimentos aumentassem. As ações caíram depois de bater recordes históricos durante vários dias.

Os indicadores econômicos que o Fed utiliza como referência se encontram ainda longe do ideal do organismo. A taxa de desemprego está em 7,6%, quando o objetivo é de 6,5% e a inflação está muito abaixo dos 2,0% que o FOMC considera saudável.

A maioria de analistas acredita que isso significa que será ratificada a política de estímulos à economia na próxima reunião.

Contudo, como se Bernanke posicionará para o futuro na coletiva após a reunião, será chave.

"Não esperamos que Bernanke mostre confiança que está próximo do momento de reduzir a política ultraexpansiva", disse Carl Riccadonna do Deutsche Bank.

"Mas, o aspecto mais importante da coletiva de imprensa é se aponta para uma possível redução (do estímulo à economia) no segundo trimestre", acrescentou.

O mercado tem razões para estar nervoso.

Em fevereiro de 1994, em um contexto econômico similar, o Fed decidiu elevar, sem aviso prévio, sua taxa básica pela primeira vez em cinco anos e o fez de forma repetida durante os dez meses seguintes até alcançar uma alta de 2,5 pontos percentuais.

Isso surpreendeu os mercados de bônus e ações e despertou fortes críticas ao Fed.

Duas décadas depois, as condições são similares, mas o Fed aprendeu a lição e agora põe uma crescente ênfase na comunicação, transmitindo ao público a evolução de seu pensamento de forma regular e consistente para que não haja surpresas.

"O Fed não reduzirá sua compra de títulos na próxima reunião, mas Ben Bernanke tem uma oportunidade de esclarecer aos mercados que, inclusive se o Fed diminuir seus incentivos à economia no final do ano, os aumentos das taxas de juros ainda estarão longe", disse o economista Paul Edelstein da IHS Global Insight.

As taxas de juros são mantidas em mínimos históricos há quase cinco anos nos EUA.

O Fundo Monetário Internacional recomendou nesta sexta-feira ao Fed "continuar os preparativos para uma saída suave de sua política ultraflexível" e manter a compra de ativos "ao menos até o final de 2013".

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O Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) se reúne nesta terça e quarta-feira e o mercado espera que sua política econômica ultraexpansiva seja mantida, apesar de haver expectativa de que comece a ser definido um abandono progressivo destas medidas de estímulo econômico.

"Não esperamos que o Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (FOMC) anuncie uma queda na recompra de ativos (bônus do Tesouro e títulos hipotecários) em sua reunião de junho. Acreditamos que isso provavelmente acontecerá em setembro", afirmaram em nota os analistas de Nomura.

O Fed, que mantém sua taxa básica de juros próxima a zero desde 2008, investe 85 bilhões de dólares mensais em títulos do Tesouro e títulos hipotecários para sustentar o crescimento do país.

Contudo, no final de maio, seu presidente, Ben Bernanke, disse ao Congresso que o organismo poderia começar a pôr fim a suas medidas de estímulo à economia nas "próximas reuniões", apesar de também ter dito que o endurecimento da política monetária poderia deter a recuperação do país.

O Fed espera, sobretudo, uma clara recuperação do mercado de emprego antes de mudar de rumo.

Depois de semanas de grande volatilidade nos mercados de ações e uma forte queda dos preços dos bônus, os banqueiros, investidores e todos aqueles com um interesse pessoal querem saber se realmente o Fed porá fim a sua política ultraexpansiva.

E em caso positivo, querem saber se será nos próximos meses ou esperará um crescimento econômico mais forte.

Os mercados sempre esperam com impaciência as reuniões do FOMC, onde se estabelece a taxa básica de juros e se decide o rumo da política monetária do organismo.


Contudo, na reunião desta semana muito mais coisas estão envolvidas, porque nos últimos meses foram apostados bilhões de dólares em diferentes interpretações dos comentários de Bernanke.

A crença de que o Fed diminuirá a compra de bônus fez com que as ações desses papéis caíssem e seus rendimentos aumentassem. As ações caíram depois de bater recordes históricos durante vários dias.

Os indicadores econômicos que o Fed utiliza como referência se encontram ainda longe do ideal do organismo. A taxa de desemprego está em 7,6%, quando o objetivo é de 6,5% e a inflação está muito abaixo dos 2,0% que o FOMC considera saudável.

A maioria de analistas acredita que isso significa que será ratificada a política de estímulos à economia na próxima reunião.

Contudo, como se Bernanke posicionará para o futuro na coletiva após a reunião, será chave.

"Não esperamos que Bernanke mostre confiança que está próximo do momento de reduzir a política ultraexpansiva", disse Carl Riccadonna do Deutsche Bank.

"Mas, o aspecto mais importante da coletiva de imprensa é se aponta para uma possível redução (do estímulo à economia) no segundo trimestre", acrescentou.

O mercado tem razões para estar nervoso.

Em fevereiro de 1994, em um contexto econômico similar, o Fed decidiu elevar, sem aviso prévio, sua taxa básica pela primeira vez em cinco anos e o fez de forma repetida durante os dez meses seguintes até alcançar uma alta de 2,5 pontos percentuais.

Isso surpreendeu os mercados de bônus e ações e despertou fortes críticas ao Fed.

Duas décadas depois, as condições são similares, mas o Fed aprendeu a lição e agora põe uma crescente ênfase na comunicação, transmitindo ao público a evolução de seu pensamento de forma regular e consistente para que não haja surpresas.

"O Fed não reduzirá sua compra de títulos na próxima reunião, mas Ben Bernanke tem uma oportunidade de esclarecer aos mercados que, inclusive se o Fed diminuir seus incentivos à economia no final do ano, os aumentos das taxas de juros ainda estarão longe", disse o economista Paul Edelstein da IHS Global Insight.

As taxas de juros são mantidas em mínimos históricos há quase cinco anos nos EUA.

O Fundo Monetário Internacional recomendou nesta sexta-feira ao Fed "continuar os preparativos para uma saída suave de sua política ultraflexível" e manter a compra de ativos "ao menos até o final de 2013".

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