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Exportadores já pressionam Temer por acordos pós-TPP

Para exportadores, México, Japão e Canadá são alguns dos mercados com potencial a ser explorado imediatamente

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Exportações: brasileiros acham que é preciso agir para ocupar espaço de acordos que viraram água com a saída dos EUA (Thinkstock/Tuachanwatthana/Thinkstock)

Exportações: brasileiros acham que é preciso agir para ocupar espaço de acordos que viraram água com a saída dos EUA (Thinkstock/Tuachanwatthana/Thinkstock)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às, 13h52.

Brasília - Após a desistência dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP), o setor exportador brasileiro aumenta a pressão para que o governo aproveite a oportunidade e acelere negociações para tentar ocupar parte do espaço surgido após o passo atrás dos norte-americanos.

Para exportadores, México, Japão e Canadá são alguns dos mercados com potencial a ser explorado imediatamente.

Com o lema "EUA em primeiro lugar", o novo presidente Donald Trump tem anunciado medidas que confirmam as promessas heterodoxas que marcaram a campanha eleitoral.

A perspectiva de um governo americano protecionista e contrário a acordos multilaterais agita setores exportadores, que já aumentam a pressão para que o governo acelere ações para ampliar o acesso a mercados.

Esse pedido tem chegado com cada vez mais frequência às autoridades em Brasília.

Com a frustração das negociações para a TPP, exportadores concorrentes de outros países - como os de frango e suínos dos EUA ou café do Vietnã - não ganharão acesso facilitado aos mercados do grupo. Por isso, brasileiros acham que é preciso agir para ocupar esse espaço.

"O governo precisa ir para cima e aproveitar a oportunidade. Esse é o caminho racional", diz o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

A Parceria Transpacífico não era um acordo tradicional em que todos os países do grupo aceitam regras que valem para todos.

Grosso modo, a TPP foi costurada como uma série de acordos bilaterais intragrupo. Assim, o impacto nas correntes de comércio não é linear, pois países negociaram condições distintas conforme o sócio.

Mesmo com essa especificidade, exportadores brasileiros são categóricos em defender que há várias oportunidades. Produtores de frangos e suínos, por exemplo, viam pouco espaço no México, que é grande e antigo importador dos EUA.

Café e milho

Percepção semelhante está entre os exportadores de café e milho. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo em milho.

Com o modelo antigo da TPP, grandes importadores como EUA, Japão e Canadá teriam acesso facilitado ao café do Vietnã e do Peru. No milho, os brasileiros perderiam espaço para grãos exportados por Peru, EUA e México.

"Mesmo que o Brasil não ganhe imediatamente nesses casos, a TPP passa a ser importante porque seus parâmetros poderão servir de base para o Brasil negociar futuramente com esses países", diz a superintendente de relações internacionais da Confederação Nacional da Agricultura, Lígia Dutra.

Há também oportunidades para a indústria, com casos mapeados nos setores de máquinas e equipamentos, que poderiam ganhar mercado no Canadá.

'Otimismo cauteloso' move governo brasileiro

O governo tem demonstrado "otimismo cauteloso" com eventuais oportunidades após o passo atrás dos EUA nas negociações para a Parceria Transpacífico.

Com o aumento do espaço para acordos bilaterais e inter-regionais, a negociação entre Mercosul e União Europeia pode ser acelerada e autoridades brasileiras citam que o calendário pode até ser adiantado "em alguns meses".

Há, ainda, iniciativas como a abertura de audiência pública para mapear eventual acordo com Japão e Coreia do Sul.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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