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Eurozona vê luz no fim do túnel, mas armadilhas permanecem

Autoridades acreditam que o bloco virou uma página e pode agora focar nas suas estruturas e reformas de longo prazo

Funcionário pinta a parede acima de uma agência do Bank of Cyprus, em Bucareste, na Romênia (Bogdan Cristel/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2013 às 10h06.

Bruxelas - Não há clima de festa nem de relaxamento nos corredores de Bruxelas, mas algumas autoridades acham que a zona do euro virou uma página e pode agora focar nas suas estruturas e reformas de longo prazo.

Apesar do turbulento resgate de Chipre, os mercados estão calmos, o programa de resgate da Irlanda está no trilho, e Grécia e Portugal, embora ainda em recessão, preveem uma recuperação lenta no ano que vem.

Os bancos da Eslovênia são uma preocupação, mas as autoridades monetárias estão confiantes em lidar com isso. E no caso de Malta, embora o sistema bancário tenha um tamanho desproporcional à sua economia, ele não está estruturado como o de Chipre. O mesmo vale para Luxemburgo.

Na Espanha, a reestruturação bancária parece estar funcionando.

"Todos os esqueletos estão fora do armário", disse um funcionário graduado, que há três anos se dedica basicamente a debelar crises. "Não há mais grandes questões na fila." Trata-se de uma linha de pensamento partilhada por Yves Mersch, conselheiro do Banco Central Europeu, que disse na quarta-feira não esperar que nenhum outro país "despenque mais".

A calma relativa deu fôlego aos funcionários da UE em Bruxelas, e há sinais de que vários países, incluindo França e Espanha, poderiam receber um ou dois anos a mais para alcançar suas metas de déficit público.

A política de austeridade permanece, mas o ritmo da consolidação fiscal será atenuado.

Mas nada disso significa que as grandes questões por trás da crise estejam resolvidas. Embora a ameaça existencial tenha passado, a necessidade de implementar reformas estruturais duras e impopulares permanece, e planos para uma maior supervisão e controle dos bancos por meio de uma união bancária não avançaram nem até a metade do caminho.

"Com Chipre, atingimos o ponto mais baixo da crise", disse Jacob Kirkegaard, do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington.

"Embora possamos permanecer um pouco mais de tempo lá embaixo, devido aos riscos de um agravamento no aperto de crédito na área do euro, há uma luz no fim do túnel. Chipre está agora focando as mentes no reparo estrutural da área do euro, como a união bancária." Embora a confiança atual se deva basicamente à promessa do Banco Central Europeu de amparar a moeda única custe o que custar, isso permitiu a Bruxelas atenuar a ortodoxia em torno da austeridade orçamentária -- apesar da relutância alemã.

"O ritmo da consolidação fiscal está agora se desacelerando na Europa", disse Olli Rehn, comissário europeu de assuntos econômicos, na quinta-feira ao Parlamento Europeu. "Temos espaço para fazer política fiscal com uma visão mais de médio prazo." (Reportagem adicional de Luke Baker)

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Bruxelas - Não há clima de festa nem de relaxamento nos corredores de Bruxelas, mas algumas autoridades acham que a zona do euro virou uma página e pode agora focar nas suas estruturas e reformas de longo prazo.

Apesar do turbulento resgate de Chipre, os mercados estão calmos, o programa de resgate da Irlanda está no trilho, e Grécia e Portugal, embora ainda em recessão, preveem uma recuperação lenta no ano que vem.

Os bancos da Eslovênia são uma preocupação, mas as autoridades monetárias estão confiantes em lidar com isso. E no caso de Malta, embora o sistema bancário tenha um tamanho desproporcional à sua economia, ele não está estruturado como o de Chipre. O mesmo vale para Luxemburgo.

Na Espanha, a reestruturação bancária parece estar funcionando.

"Todos os esqueletos estão fora do armário", disse um funcionário graduado, que há três anos se dedica basicamente a debelar crises. "Não há mais grandes questões na fila." Trata-se de uma linha de pensamento partilhada por Yves Mersch, conselheiro do Banco Central Europeu, que disse na quarta-feira não esperar que nenhum outro país "despenque mais".

A calma relativa deu fôlego aos funcionários da UE em Bruxelas, e há sinais de que vários países, incluindo França e Espanha, poderiam receber um ou dois anos a mais para alcançar suas metas de déficit público.

A política de austeridade permanece, mas o ritmo da consolidação fiscal será atenuado.

Mas nada disso significa que as grandes questões por trás da crise estejam resolvidas. Embora a ameaça existencial tenha passado, a necessidade de implementar reformas estruturais duras e impopulares permanece, e planos para uma maior supervisão e controle dos bancos por meio de uma união bancária não avançaram nem até a metade do caminho.

"Com Chipre, atingimos o ponto mais baixo da crise", disse Jacob Kirkegaard, do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington.

"Embora possamos permanecer um pouco mais de tempo lá embaixo, devido aos riscos de um agravamento no aperto de crédito na área do euro, há uma luz no fim do túnel. Chipre está agora focando as mentes no reparo estrutural da área do euro, como a união bancária." Embora a confiança atual se deva basicamente à promessa do Banco Central Europeu de amparar a moeda única custe o que custar, isso permitiu a Bruxelas atenuar a ortodoxia em torno da austeridade orçamentária -- apesar da relutância alemã.

"O ritmo da consolidação fiscal está agora se desacelerando na Europa", disse Olli Rehn, comissário europeu de assuntos econômicos, na quinta-feira ao Parlamento Europeu. "Temos espaço para fazer política fiscal com uma visão mais de médio prazo." (Reportagem adicional de Luke Baker)

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