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Europa busca reduzir dívida grega em meio a desacordos

Os ministros de Finanças da Eurozona deveriam desbloquear um lote de 31,2 bilhões de euros do resgate pendente desde junho

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde: a Grécia teve que fazer frente na semana passada ao reembolso de 5 bilhões de euros de títulos da dívida de curto prazo (©AFP / yuri cortez)
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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 13h56.

Bruxelas - Os ministros das Finanças da Eurozona - o Eurogrupo - se reunirão nesta terça-feira para decidir se desbloqueiam um lote de resgate para a Grécia , e para debater medidas que tornem sustentável a dívida grega, um assunto que gera atritos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) - outro dos principais credores de Atenas.

"A reunião do Eurogrupo, que começa às 17H00 local (16H00 GMT; 14H00 de Brasília) em Bruxelas será crucial para encaminhar a Grécia", declarou recentemente a diretora do Fundo, Christine Lagarde. "É preciso que trabalhemos duro e que tenhamos certeza de que estamos perseguindo os mesmos objetivos, que são que a Grécia possa operar sobre uma base duradoura, que o país possa se recuperar e se encaminhar para obter acesso novamente aos mercados o quanto antes", disse.

Os ministros de Finanças da Eurozona deveriam desbloquear um lote de 31,2 bilhões de euros do resgate pendente desde junho, mas têm sérias dúvidas sobre como fará o país para devolver os empréstimos concedidos até agora.

A troika de credores da Grécia (UE, FMI e Banco Central Europeu) já acordaram a ampliação em dois anos do prazo para que a Grécia cumpra a meta de redução de seu déficit para 3% de seu PIB, ficando a meta agora para 2016 e não mais para 2014.

Esse adiamento, no entanto, implica que Grécia necessitará de outros 32,6 bilhões de euros mais.

A situação se transformou em um círculo vicioso e o grande dilema é como cobrir esse buraco e ao mesmo tempo garantir a viabilidade da dívida, em meio a uma profunda crise do país, que no próximo ano entrará no sexto ano consecutivo de recessão, com o desemprego atingindo um quarto da população ativa e a crescente indignação da população, que não aguenta mais cortes.


A meta de que a dívida pública atinja 120% do PIB em 2020, como exige o FMI, já parece inalcançável, mas o Fundo insiste nesse ponto e já advertiu que irá retirar a ajuda no caso de desvio desse objetivo. Os países da Eurozona, por sua vez, defendem uma extensão também desse prazo, para até 2022.

Após as duas linhas de crédito dos credores, totalizando 240 bilhões de euros, a dívida pública grega alcançará no próximo ano quase 190% do PIB, ou seja, 346,2 bilhões de euros, segundo as últimas previsões.

Nesse contexto, os olhos estão postos agora no setor público (os credores institucionais), que detém 70% da dívida grega, depois que o setor privado aceitou no início do ano uma condenação de 107 bilhões de euros.

Contudo, muitos especialistas creem que é muito difícil pensar em um perdão sem que este golpeie os bolsos dos contribuintes europeus. As possibilidades de redução da dívida vão desde a diminuição das taxas de juros que a Grécia tem que pagar até sua eliminação por completo, passando por uma extensão dos prazos de vencimento das mesmas.

"Creio que um perdão da dívida pelo setor oficial tal como foi feito pelos investidores privados seria um combustível político para a Europa", disse o diretor-geral do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Charles Dallara.

A Grécia teve que fazer frente na semana passada ao reembolso de 5 bilhões de euros de títulos da dívida de curto prazo, decorrente de uma emissão de dívida realizada recentemente.

Contudo, o país continua enfrentando novos vencimentos e graves problemas de liquidez. A economia da Grécia, que se apoia principalmente no consumo interno, se viu gravemente afetada pela queda do poder aquisitivo em vista da austeridade que se aplica desde 2010, após o estouro da crise da dívida.

O ministro grego de Finanças, Yanos Sturnaras, afirmou que existe um risco "muito elevado" de que o país declare a moratória caso a UE e o FMI continuem com suas diferenças. O governo grego, por sua vez, já cumpriu com as condições exigidas para receber a ajuda: aprovou o projeto de orçamento de rigor para 2013 e os ajustes que preveem 18,1 bilhões de euros adicionais de economia até 2016.

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"A reunião do Eurogrupo, que começa às 17H00 local (16H00 GMT; 14H00 de Brasília) em Bruxelas será crucial para encaminhar a Grécia", declarou recentemente a diretora do Fundo, Christine Lagarde. "É preciso que trabalhemos duro e que tenhamos certeza de que estamos perseguindo os mesmos objetivos, que são que a Grécia possa operar sobre uma base duradoura, que o país possa se recuperar e se encaminhar para obter acesso novamente aos mercados o quanto antes", disse.

Os ministros de Finanças da Eurozona deveriam desbloquear um lote de 31,2 bilhões de euros do resgate pendente desde junho, mas têm sérias dúvidas sobre como fará o país para devolver os empréstimos concedidos até agora.

A troika de credores da Grécia (UE, FMI e Banco Central Europeu) já acordaram a ampliação em dois anos do prazo para que a Grécia cumpra a meta de redução de seu déficit para 3% de seu PIB, ficando a meta agora para 2016 e não mais para 2014.

Esse adiamento, no entanto, implica que Grécia necessitará de outros 32,6 bilhões de euros mais.

A situação se transformou em um círculo vicioso e o grande dilema é como cobrir esse buraco e ao mesmo tempo garantir a viabilidade da dívida, em meio a uma profunda crise do país, que no próximo ano entrará no sexto ano consecutivo de recessão, com o desemprego atingindo um quarto da população ativa e a crescente indignação da população, que não aguenta mais cortes.


A meta de que a dívida pública atinja 120% do PIB em 2020, como exige o FMI, já parece inalcançável, mas o Fundo insiste nesse ponto e já advertiu que irá retirar a ajuda no caso de desvio desse objetivo. Os países da Eurozona, por sua vez, defendem uma extensão também desse prazo, para até 2022.

Após as duas linhas de crédito dos credores, totalizando 240 bilhões de euros, a dívida pública grega alcançará no próximo ano quase 190% do PIB, ou seja, 346,2 bilhões de euros, segundo as últimas previsões.

Nesse contexto, os olhos estão postos agora no setor público (os credores institucionais), que detém 70% da dívida grega, depois que o setor privado aceitou no início do ano uma condenação de 107 bilhões de euros.

Contudo, muitos especialistas creem que é muito difícil pensar em um perdão sem que este golpeie os bolsos dos contribuintes europeus. As possibilidades de redução da dívida vão desde a diminuição das taxas de juros que a Grécia tem que pagar até sua eliminação por completo, passando por uma extensão dos prazos de vencimento das mesmas.

"Creio que um perdão da dívida pelo setor oficial tal como foi feito pelos investidores privados seria um combustível político para a Europa", disse o diretor-geral do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Charles Dallara.

A Grécia teve que fazer frente na semana passada ao reembolso de 5 bilhões de euros de títulos da dívida de curto prazo, decorrente de uma emissão de dívida realizada recentemente.

Contudo, o país continua enfrentando novos vencimentos e graves problemas de liquidez. A economia da Grécia, que se apoia principalmente no consumo interno, se viu gravemente afetada pela queda do poder aquisitivo em vista da austeridade que se aplica desde 2010, após o estouro da crise da dívida.

O ministro grego de Finanças, Yanos Sturnaras, afirmou que existe um risco "muito elevado" de que o país declare a moratória caso a UE e o FMI continuem com suas diferenças. O governo grego, por sua vez, já cumpriu com as condições exigidas para receber a ajuda: aprovou o projeto de orçamento de rigor para 2013 e os ajustes que preveem 18,1 bilhões de euros adicionais de economia até 2016.

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