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Euro forte complica EUA e favorece Brasil, diz especialista

São Paulo, 19 de maio (Portal EXAME) O euro, a moeda única da União Européia, abriu a semana batendo um recorde histórico: chegou a ser negociada a 1,1737 dólar, valor pouco acima de 1,17 dólar, cotação oficial em seu lançamento em primeiro de janeiro de 1999. Fechou em 1,165 dólar, uma pequena queda, após boatos […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

São Paulo, 19 de maio (Portal EXAME)

O euro, a moeda única da União Européia, abriu a semana batendo um recorde histórico: chegou a ser negociada a 1,1737 dólar, valor pouco acima de 1,17 dólar, cotação oficial em seu lançamento em primeiro de janeiro de 1999. Fechou em 1,165 dólar, uma pequena queda, após boatos de intervenção.

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A insistente valorização do euro, somada ao cenário da economia global, consolida entre os especialistas a idéia de que lentamente as quase cinco décadas de negociações para a construção de uma Europa unida começam a trazer conseqüências sobre a estrutura de poder político-econômica internacional e a mudar o eixo dos Estados Unidos, para a União Européia. Mais que uma mudança monetária, estamos assistindo a uma disputa pela hegemonia , diz Edvaldo Alves, professor de economia internacional da Escola de Administração de Empresas de São Paulo , da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP).

Na consolidação do euro, iniciada no ano passado, vêm pesando as conseqüências financeiras e políticas da Guerra do Iraque e da nova estratégia americana para o Oriente Médio. O presidente George W. Bush assumiu o governo com um superávit fiscal de 300 bilhões de dólares e negociações que buscavam equilibrar as tensões naquela parte do mundo. Hoje, administra um déficit de 700 bilhões de dólares, uma política internacional expansionista e uma economia interna em declínio.

O lado financeiro da economia gosta de previsibilidade , diz Alves. E ela não está nos Estados Unidos. O lento de fluxo de capitais para a União Européia, que fortalece o euro, começa a afetar até o mercado de títulos. Entre as empresas asiáticas, crescem, por exemplo, os lançamentos de debêntures em euro.

Para o Brasil, a valorização do euro é boa e vem na melhor das horas. A União Européia é o principal parceiro brasileiro, com 25% de nossas exportações e, neste momento, negocia em bloco acordos comerciais com os países membros do Mercosul. Se negociarmos com arte e engenho poderemos obter concessões interessantes , diz Alves. A percepção de que um euro valorizado pode contribuir para o Brasil também é compartilhada pelo governo. Os preços de nossos produtos ficam mais competitivos e podemos fechar novos contratos de exportações com os países da União Européia , diz o Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio internacional, ao avaliar o efeito da valorização do euro para os negócios internacionais das empresas brasileiras.

Os americanos, ao contrário, têm muito com que se preocupar em um cenário de permanente desvalorização do dólar, Ficará cada vez mais difícil para o país financiar seu déficit , diz Alves. Para a UE, a moeda forte, apesar de ser um aval de confiança, cria um problema para os exportadores. Entre os países mais afetados está a Alemanha, cujas exportações de alto valor agregado encarecem e perdem competitividade.

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