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Etanol tem "perdido o gás" nos Estados Unidos, diz Wall Street Journal

Excesso de oferta fez o preço do produto cair e ameaça a sobrevivência das empresas do setor no país

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

O etanol produzido nos Estados Unidos começa a se asfixiar com o próprio sucesso, afirma o jornal nova-iorquino Wall Street Journal, na edição online desta segunda-feira (01º/10).

Segundo o periódico, o preço do etanol à base de milho - de longe, a variedade mais comum nas usinas americanas - caiu 30% nos últimos meses, apesar da elevação do preço da matéria-prima.

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A causa dessa redução é o descompasso entre o consumo do etanol nos Estados Unidos e a produção, que desde o ano passado cresceu num ritmo acelerado, com base na aposta de que o ânimo do governo Bush com o produto - apontado como uma alternativa para reduzir a dependência do petróleo - levaria a uma expansão mais significativa da demanda.

Em 2006, a produção de etanol alcançou 4,8 bilhões de galões por ano, contra 1,7 bilhões, em 2001. No mesmo período, o número de usinas saltou de 56 para 119, e outras 86 estão em construção.

Com a competição em alta, o valor pago pelo galão alcançou 1,50 dólares, em 2007, contra 2,50 dólares no ano anterior. A situação tem levado muitas empresas do setor "à beira da morte", segundo o analista Chris Groobey, do escritório de advocacia Baker & McKenzie, ouvido pela reportagem do WSJ.

Uma das mais significativas empresas do setor nos Estados Unidos, por exemplo, a VeraSun, sofreu uma perda de mais da metade do seu valor de mercado, com a queda gradativa de suas ações, dos 27 dólares por papel, em novembro de 2006, para 11 dólares, no fim de setembro de 2007.

A desvalorização do etanol leva produtores a buscar apoio no governo federal, que já oferece incentivos fiscais aos refinadores que misturarem o etanol ao combustível à base de petróleo, assim como barreiras sobre o etanol importado.

No entanto, as previsões são de que a perda de valor do produto ainda não chegou ao seu pico. "Provavelmente, vai piorar mais, antes de começar a melhorar", afirmou ao WSJ o analista Brian Bolster, vice-presidente da área de investimentos do Goldman Sachs

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