EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.
O estoque total da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna caiu R$ 5,29 bilhões (0,81%) em abril, em comparação ao mês anterior, chegando a R$ 644,41 bilhões. De acordo com relatório do Banco Central e do Tesouro Nacional, divulgado hoje, a mudança ocorreu principalmente em função da valorização do Real frente ao dólar, de 13,8%, com impacto de R$ 15,9 bilhões. Essa valorização foi compensada parcialmente pela apropriação de juros de encargos da dívida no período, que segundo o coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, foi de cerca de R$ 10 bilhões.
O documento informa que a dívida mobiliária atrelada à variação cambial, desconsideradas as operações de "swap" (operações protegidas das oscilações do câmbio), registrou queda de R$ 24,31 bilhões, reduzindo sua participação sobre o total da dívida de 18,71% para 15,09%.
Incorporadas as operações de "swap", a parcela da dívida com exposição ao câmbio reduziu-se de 34,70% para 30,36. De acordo com o chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldstein, a exposição cambial em abril voltou ao mesmo patamar de maio de 2002.
A parcela dos títulos com rentabilidade vinculada à taxa Selic elevou-se de 63,93%, em março, para 67,68%, em abril. Incorporadas as operações de "swap", a exposição à taxa Selic subiu de 47,94% para 52,41%. Estima-se que cada ponto a menos na Selic represente uma economia de cerca de R$ 3,5 bilhões no estoque da dívida.
A participação dos títulos com rentabilidade atrelada a índices de preços, ainda de acordo com o relatório do BC, sofreu elevação em comparação a abril de 2002, de 12,95% para 13,28% do total da dívida, o que representa um aumento de R$ 1,45 bilhão. Já os títulos prefixados tiveram sua participação reduzida de 2,41% para 1,91% do total da dívida, como conseqüência do vencimento de Letras do Tesouro Nacional (LTN), no valor de R$ 12 bilhões, montante superior aos R$ 8,5 bilhões emitidos no mês.
O relatório informa também que, em abril, o prazo médio do estoque da dívida manteve-se praticamente estável em relação a março, passando de 31,83 para 31,79 meses. O prazo médio das emissões em ofertas públicas aumentou de 16,31 para 18,57 meses, devido ao alongamento do prazo de todos os tipos de títulos emitidos.
O volume de títulos públicos federais, a vencer em 12 meses, reduziu-se de 37,62% para 34,08% da dívida, em razão dos resgates ocorridos no mês, de R$ 39 bilhões, superarem as colocações de títulos com prazo de até doze meses, de R$ 8,1 bilhões, e os vencimentos em abril de 2004, de R$ 5,1 bilhões, que passaram a ser considerados no cálculo da dívida de curto prazo.
De acordo com o documento, a dívida de curto prazo, atualizada pela taxa Selic, reduziu-se de 44,71% para 40,18%, como reflexo de o vencimento de R$ 2,8 bilhões em abril de 2004 ser muito inferior ao resgate ocorrido em abril, de R$ 16,7 bilhões. A dívida de curto prazo, a vencer em 12 meses, também apresentou queda, de 99,86% para 93,57%, porque o resgate de R$ 12 bilhões ocorrido no mês foi superior ao volume das colocações de LTN com prazo de até 12 meses, de R$ 7,7 bilhões.
Em abril, as instituições nacionais adquiriram 76,13% dos títulos públicos federais, destacando-se sua participação de 90,02% nas compras de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com vencimento em 24 meses. Ainda de acordo com o relatório, as instituições estrangeiras compraram 39,98% das LTN com prazo de seis meses e 43,44% dos mesmos títulos com prazo de 12 meses. As informações são da Agência Brasil.