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Estiagem no Sudeste já afeta safras futuras de café

Seca que atinge a região está perto de comprometer a safra de café de 2015-2016 e têm gerado preocupação entre os produtores

Secagem de grãos de café: menos de 20% de toda a produção de café desse ano está disponível para a venda (Leandro Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2014 às 16h03.

São Paulo - Os baixos índices pluviométricos que atingem a região Sudeste estão perto de comprometer a safra de café de 2015-2016 e têm gerado preocupação entre os produtores de Minas Gerais e São Paulo, principais estados exportadores do país.

De acordo com uma análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo) divulgada esta semana, regiões como a Zona da Mata mineira e a Mogiana, em São Paulo, apresentam os piores cenários atualmente, com menos de 20% de toda a produção deste ano disponível para a venda.

Ainda de acordo com o Cepea, as maiores preocupações de produtores estão relacionadas às floradas da temporada 2015/16.

"Em outras safras, nesta mesma época, com o regime normal de chuvas, já eram observadas floradas em todas as regiões, o que não aconteceu de forma regular neste ano", avalia o relatório.

O país, que é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo maior mercado consumidor, tem sofrido com a seca que já atinge, inclusive, áreas urbanas como a de São Paulo, cujo principal reservatório conta com apenas 3% de sua capacidade.

Segundo o produtor e pesquisador da Procafé, entidade ligada ao Ministério da Agricultura, André Luiz Alvarenga, os produtores trabalham com uma pervisão de perda de pelo menos 30%, o que pode aumentar ainda mais no decorrer dos próximos dias caso a chuva não volte a cair.

"A perda já existe. A gente não sabe quanto, mas cada dia sem chuva é um pouco a mais de perda", lamentou o produtor.

Ele explicou também que o que tem garantido o ganho dos produtores de café em situação mais delicada são as altas cotações do grão neste ano, que alcançou a marca de US$ 2.010/tonelada na bolsa de Londres neste mês. No mesmo período do ano passado, os preços giravam em torno de US$ 1.500/tonelada.

"Para o produtor que teve a sorte de colher uma safra melhor num lugar em que aconteceu uma chuva localizada e pro produtor do triângulo mineiro que tem um chuvinha em janeiro e fevereiro, a condição é boa. Agora para a gente, do sul de Minas, o que está garantindo a sustentabilidade é o preço do café", avaliou.

Segundo a análise do Cepa, no sul de Minas Gerais "os pés de café já deveriam estar com botões, mas as floradas não resistiram à falta de umidade no solo e às altas temperaturas e abortaram" E na Mogiana, em São Paulo, "as folhas já começaram a perder a cor e a cair dos pés".

Já no Cerrado Mineiro, o instituto aponta que a baixa disponibilidade de água já tem reduzido até mesmo a irrigação.

"Floradas foram observadas nessa região nas segundas quinzenas de agosto e de setembro. Isso deve gerar desigualdade no grau de maturação do grão e, consequentemente, em menor qualidade", disse o Centro de Estudos da USP.

O pesquisador da Procafé e produtor, André Luiz Alvarenga, afirmou que alguns produtores poderão inclusive quebrar por conta das perdas que acumularam este ano.

"Tem gente que é bom, tem gente que é médio, e tem gente que é ruim. Os ruins vão sair do mercado, os bons e os médios vão permanecer sabendo trabalhar", lamentou, sem perder o otimismo para o futuro.

"A gente espera que nao seja uma tendência futura de haver cada vez mais desastres. Esperamos ter anos bons e anos difíceis, e que a gente saiba ser prudente nos anos bons, fazer uma economia, para passar pelos anos difíceis".

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São Paulo - Os baixos índices pluviométricos que atingem a região Sudeste estão perto de comprometer a safra de café de 2015-2016 e têm gerado preocupação entre os produtores de Minas Gerais e São Paulo, principais estados exportadores do país.

De acordo com uma análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo) divulgada esta semana, regiões como a Zona da Mata mineira e a Mogiana, em São Paulo, apresentam os piores cenários atualmente, com menos de 20% de toda a produção deste ano disponível para a venda.

Ainda de acordo com o Cepea, as maiores preocupações de produtores estão relacionadas às floradas da temporada 2015/16.

"Em outras safras, nesta mesma época, com o regime normal de chuvas, já eram observadas floradas em todas as regiões, o que não aconteceu de forma regular neste ano", avalia o relatório.

O país, que é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo maior mercado consumidor, tem sofrido com a seca que já atinge, inclusive, áreas urbanas como a de São Paulo, cujo principal reservatório conta com apenas 3% de sua capacidade.

Segundo o produtor e pesquisador da Procafé, entidade ligada ao Ministério da Agricultura, André Luiz Alvarenga, os produtores trabalham com uma pervisão de perda de pelo menos 30%, o que pode aumentar ainda mais no decorrer dos próximos dias caso a chuva não volte a cair.

"A perda já existe. A gente não sabe quanto, mas cada dia sem chuva é um pouco a mais de perda", lamentou o produtor.

Ele explicou também que o que tem garantido o ganho dos produtores de café em situação mais delicada são as altas cotações do grão neste ano, que alcançou a marca de US$ 2.010/tonelada na bolsa de Londres neste mês. No mesmo período do ano passado, os preços giravam em torno de US$ 1.500/tonelada.

"Para o produtor que teve a sorte de colher uma safra melhor num lugar em que aconteceu uma chuva localizada e pro produtor do triângulo mineiro que tem um chuvinha em janeiro e fevereiro, a condição é boa. Agora para a gente, do sul de Minas, o que está garantindo a sustentabilidade é o preço do café", avaliou.

Segundo a análise do Cepa, no sul de Minas Gerais "os pés de café já deveriam estar com botões, mas as floradas não resistiram à falta de umidade no solo e às altas temperaturas e abortaram" E na Mogiana, em São Paulo, "as folhas já começaram a perder a cor e a cair dos pés".

Já no Cerrado Mineiro, o instituto aponta que a baixa disponibilidade de água já tem reduzido até mesmo a irrigação.

"Floradas foram observadas nessa região nas segundas quinzenas de agosto e de setembro. Isso deve gerar desigualdade no grau de maturação do grão e, consequentemente, em menor qualidade", disse o Centro de Estudos da USP.

O pesquisador da Procafé e produtor, André Luiz Alvarenga, afirmou que alguns produtores poderão inclusive quebrar por conta das perdas que acumularam este ano.

"Tem gente que é bom, tem gente que é médio, e tem gente que é ruim. Os ruins vão sair do mercado, os bons e os médios vão permanecer sabendo trabalhar", lamentou, sem perder o otimismo para o futuro.

"A gente espera que nao seja uma tendência futura de haver cada vez mais desastres. Esperamos ter anos bons e anos difíceis, e que a gente saiba ser prudente nos anos bons, fazer uma economia, para passar pelos anos difíceis".

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