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Espanha pede tranquilidade com assédio dos mercados

O prêmio de risco espanhol, que mede a diferença entre o bônus espanhol a dez anos e o alemão de mesmo prazo, fechou nos 543 pontos básicos

No caso da Itália, outro país que sofre a pressão dos mercados, seu prêmio de risco finalizou em 464 pontos básicos, muito abaixo dos 486 da abertura da sessão (Denis Doyle/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2012 às 17h04.

Madri - O ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, fez nesta quinta-feira uma declaração de tranquilidade diante da volatibilidade nos mercados e atribuiu a tensão financeira que está afetando principalmente a Espanha às eleições gregas do próximo domingo.

De Guindos fez as declarações após se reunir com o presidente do governo, Mariano Rajoy, e os principais responsáveis econômicos do Executivo, em um novo dia negro para a dívida espanhola, na qual a pressão dos mercados elevou a rentabilidade do bônus a dez anos ao seu maior patamar na era do euro: 6,916% no fechamento do pregão.

O prêmio de risco espanhol, que mede a diferença entre o bônus espanhol a dez anos e o alemão de mesmo prazo, fechou nos 543 pontos básicos.

Ao longo do dia, os juros do bônus espanhol a dez anos chegaram a ficar muito perto de 7% e o prêmio de risco alcançou 550 pontos, um nível que De Guindos reconheceu que não é sustentável.

O mercado da dívida soberana do país sofria tanto o rebaixamento aplicado na quarta-feira pela agência de classificação de riscos Moody"s como a possibilidade de tanto Itália como Espanha necessitarem de um resgate em grande escala da União Europeia (UE), segundo explicaram analistas do banco de investimentos Saxo Bank.

A incerteza sobre o resultado das eleições do próximo domingo na Grécia e as dúvidas sobre as condições da ajuda de 100 bilhões de euros concedida pela UE aos bancos espanhóis aumentaram a pressão sobre a dívida da Espanha e de outros países do continente.

No caso da Itália, outro país que sofre a pressão dos mercados, seu prêmio de risco finalizou em 464 pontos básicos, muito abaixo dos 486 da abertura da sessão, enquanto o rendimento de seu bônus a dez anos se situava em 6,131%.

Por sua parte, o prêmio de risco da Grécia fechou nos 2.707 pontos básicos, inferior aos 2.915 desta manhã. Já o de Portugal encerrou o dia em 920 e o da Irlanda em 592.


Enquanto isso, na Espanha, persistia a polêmica em torno das declarações feitas na quarta-feira pelo vice-presidente da Comissão Europeia e comissário da competência, Joaquín Almunia, que afirmou que algumas das instituições financeiras espanholas que acabaram nas mãos do Estado caminham para uma "liquidação".

Almunia insistiu que uma ajuda europeia deve vir junta de condições e supervisões, e mencionou o possível fechamento de entidades financeiras como uma das medidas que podem ser necessárias no futuro.

Depois do governo rejeitar essa possibilidade, o Partido Popular (PP) reivindicou hoje a demissão de Almunia, que pertence ao opositor PSOE, acusado de deslealdade por suas declarações sobre a crise bancária que vive o país.

Um dos responsáveis do PP chegou a dizer que o melhor que pode fazer o comissário europeu é "voltar a Madri para exercer o cargo de chefe da oposição". Almunia deve se reunir amanhã em Madri com o presidente do governo espanhol e líder do PP, Mariano Rajoy.

O presidente do segundo maior banco do país, o BBVA, Francisco González, disse que se deve diferenciar as instituições do sistema financeiro espanhol e que as entidades que "não são viáveis terão que desaparecer", em referência às caixas econômicas.

Um relatório publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que "30% do setor requer 80% das necessidades de capital identificadas".

"É imprescindível, como faz o relatório do FMI, diferenciar as entidades, e claro, identificar às que não são viáveis, que terão que desaparecer", explicou.

González previu um novo cenário bancário na Espanha num prazo de "um a dois anos", dominado por dois grandes bancos, dois ou três médios e quatro ou cinco instituições pequenas.

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Madri - O ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, fez nesta quinta-feira uma declaração de tranquilidade diante da volatibilidade nos mercados e atribuiu a tensão financeira que está afetando principalmente a Espanha às eleições gregas do próximo domingo.

De Guindos fez as declarações após se reunir com o presidente do governo, Mariano Rajoy, e os principais responsáveis econômicos do Executivo, em um novo dia negro para a dívida espanhola, na qual a pressão dos mercados elevou a rentabilidade do bônus a dez anos ao seu maior patamar na era do euro: 6,916% no fechamento do pregão.

O prêmio de risco espanhol, que mede a diferença entre o bônus espanhol a dez anos e o alemão de mesmo prazo, fechou nos 543 pontos básicos.

Ao longo do dia, os juros do bônus espanhol a dez anos chegaram a ficar muito perto de 7% e o prêmio de risco alcançou 550 pontos, um nível que De Guindos reconheceu que não é sustentável.

O mercado da dívida soberana do país sofria tanto o rebaixamento aplicado na quarta-feira pela agência de classificação de riscos Moody"s como a possibilidade de tanto Itália como Espanha necessitarem de um resgate em grande escala da União Europeia (UE), segundo explicaram analistas do banco de investimentos Saxo Bank.

A incerteza sobre o resultado das eleições do próximo domingo na Grécia e as dúvidas sobre as condições da ajuda de 100 bilhões de euros concedida pela UE aos bancos espanhóis aumentaram a pressão sobre a dívida da Espanha e de outros países do continente.

No caso da Itália, outro país que sofre a pressão dos mercados, seu prêmio de risco finalizou em 464 pontos básicos, muito abaixo dos 486 da abertura da sessão, enquanto o rendimento de seu bônus a dez anos se situava em 6,131%.

Por sua parte, o prêmio de risco da Grécia fechou nos 2.707 pontos básicos, inferior aos 2.915 desta manhã. Já o de Portugal encerrou o dia em 920 e o da Irlanda em 592.


Enquanto isso, na Espanha, persistia a polêmica em torno das declarações feitas na quarta-feira pelo vice-presidente da Comissão Europeia e comissário da competência, Joaquín Almunia, que afirmou que algumas das instituições financeiras espanholas que acabaram nas mãos do Estado caminham para uma "liquidação".

Almunia insistiu que uma ajuda europeia deve vir junta de condições e supervisões, e mencionou o possível fechamento de entidades financeiras como uma das medidas que podem ser necessárias no futuro.

Depois do governo rejeitar essa possibilidade, o Partido Popular (PP) reivindicou hoje a demissão de Almunia, que pertence ao opositor PSOE, acusado de deslealdade por suas declarações sobre a crise bancária que vive o país.

Um dos responsáveis do PP chegou a dizer que o melhor que pode fazer o comissário europeu é "voltar a Madri para exercer o cargo de chefe da oposição". Almunia deve se reunir amanhã em Madri com o presidente do governo espanhol e líder do PP, Mariano Rajoy.

O presidente do segundo maior banco do país, o BBVA, Francisco González, disse que se deve diferenciar as instituições do sistema financeiro espanhol e que as entidades que "não são viáveis terão que desaparecer", em referência às caixas econômicas.

Um relatório publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que "30% do setor requer 80% das necessidades de capital identificadas".

"É imprescindível, como faz o relatório do FMI, diferenciar as entidades, e claro, identificar às que não são viáveis, que terão que desaparecer", explicou.

González previu um novo cenário bancário na Espanha num prazo de "um a dois anos", dominado por dois grandes bancos, dois ou três médios e quatro ou cinco instituições pequenas.

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