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Empresários têm ;confiança cautelosa; no governo Lula

Cerimônias de posse de presidente da República constituem um daqueles eventos que costumam garantir a presença em peso das principais lideranças empresariais do país. Na cerimônia de transmissão de cargo no Salão Nobre do Palácio do Planalto, no entanto, eles eram minoria na audiência formada majoritariamente por políticos, artistas, jornalistas e familiares do presidente da […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

Cerimônias de posse de presidente da República constituem um daqueles eventos que costumam garantir a presença em peso das principais lideranças empresariais do país. Na cerimônia de transmissão de cargo no Salão Nobre do Palácio do Planalto, no entanto, eles eram minoria na audiência formada majoritariamente por políticos, artistas, jornalistas e familiares do presidente da República e de seus ministros.

Na primeira fileira das cadeiras onde se sentaram os convidados da cerimônia, podiam ser vistos Jorge Gerdau, presidente do Grupo Gerdau, Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, e Benjamin Steinbruch, presidente do conselho administrativo da CSN. Eles eram as figuras mais conhecidas entre um ou outro rosto de empresários presentes na platéia.

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O clima entre eles pode ser definido como de um otimismo cauteloso há uma grande torcida a favor do novo governo, aprovam-se as intenções de mudanças manifestadas até o momento, mas muitas das variáveis capazes de definir o sucesso ou insucesso da presidência que ora se inaugura independem da capacidade pessoal do novo presidente e de seu grupo de assessores. A parte econômica, com (Antônio) Palocci na Fazenda e (Henrique) Meirelles, no Banco Central, está bem encaminhada , diz Gerdau. Mas é preciso ver também o lado internacional nesse momento de grandes dificuldades lá fora.

Daniel Feffer, vice-presidente do grupo Suzano, bate no mesmo ponto: Vamos torcer, porque tudo o que foi anunciado até agora está no caminho certo, mas muito do sucesso depende de variáveis não controláveis. Devem ser levadas em consideração, diz ele, não apenas as dificuldades externas, como o clima recessivo lá fora, que tanto prejudica as economias emergentes, mas também dificuldades internas, como por exemplo a capacidade de o novo governo reunir a maioria necessária para aprovar mudanças no Congresso Nacional.

Piva, da Fiesf, diz estar ansioso para ver como o Poder Executivo irá lidar com o Congresso. Mas, a seu ver, o governo Lula tem um desafio a superar antes mesmo de propor qualquer projeto: garantir a unidade de discurso e ação: "Tem de haver coordenação entre os ministérios e os demais órgãos do governo , diz ele. O Meirelles tem de seguir o que fala o Palocci e o ministério do Desenvolvimento e o BNDES têm de se entender. A preocupação de Piva tem razão de ser. O presidente do banco é subordinado ao ministro do Desenvolvimento, mas essa relação tem sido conturbada nos últimos anos.

Para Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a Firjan, os próximos quatro meses serão decisivos para o sucesso do novo governo. As pressões serão brutais. Uns querem aumentos de salários, outros juros menores, mas os sinais até agora são animadores, uma vez que o governo não se mostra disposto a ceder a todas essas pressões , diz.

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