Empresários revelam "otimismo moderado" em pesquisa
Presidente da associação das empresas de capital aberto aponta respostas sobre investimento e nível de emprego por setor como indícios de cautela
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.
Os empresários não esperam crescimento significativo de investimento e emprego no segundo semestre de 2004. Esta é uma das conclusões de pesquisa semestral conduzida pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), divulgada nesta quinta-feira (15/7).
Dos entrevistados, 84% acreditam que de julho a dezembro o emprego em seus respectivos setores vai manter-se estável. "A previsão para o país como um todo é sempre mais vaga, mas os empresários entendem bem o que acontece em seus ramos", afirma Alfried Plöger, presidente da entidade.
Quanto aos investimentos, 60% afirmam que haverá estabilidade, contra 86% que previam alta no início deste ano. "Ainda há muita ociosidade", afirma Plöger, para quem não há previsão de que o crescimento econômico seja tão intenso que ultrapasse a capacidade instalada das empresas.
Plöger também chama atenção para o aspecto político. "O que se ouve no exterior, com até maior conhecimento de causa, é que as agências regulatórias foram desmanteladas. Ninguém vai colocar dinheiro grosso na produção em um quadro assim."
Para o presidente da Abrasca, o encaminhamento do projeto federal de Parcerias Público-Privadas é um bom exemplo. "Ninguém sabe no que vai dar. É uma PPP virtual."
A pesquisa também detecta projeções majoritárias de estabilidade para a inflação (71% dos entrevistados), câmbio real (84%) e juros reais (66%).
A Abrasca reúne empresas que representam 75% do valor de mercado negociado na Bolsa de Valores de São Paulo.