Em novo aceno, Bolsonaro diz contar com Maia para aprovação da reforma
Bolsonaro disse ser "muito difícil" aprovar um projeto no Congresso, comparando a quase ganhar na mega-sena
Reuters
Publicado em 25 de abril de 2019 às 12h15.
Última atualização em 25 de abril de 2019 às 12h26.
Brasília - Em mais um afago ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira esperar que, com a "liderança em grande parte" dele, a reforma da Previdência seja aprovada na comissão especial da Casa, mas não quis se comprometer com a aprovação da proposta pela Câmara ainda no primeiro semestre.
"Estou muito feliz com a aprovação da reforma da previdência na CCJ. Tudo indica hoje está sendo formada a comissão especial, espero que com a liderança em grande parte do Rodrigo Maia essa proposta prospere também na comissão especial", disse Bolsonaro, em rápida entrevista após solenidade de assinatura de decreto que acabou com o horário de verão.
Questionado se teme mudanças na proposta, Bolsonaro afirmou que a Casa Legislativa é soberana para "fazer alterações que melhor atenda a necessidade de todos". O presidente afirmou, no entanto, que é importante preservar a economia a ser feita com a reforma. "A gente espera que ela passe da forma mais próxima do que nós encaminhamos para lá".
Bolsonaro não quis se comprometer com a aprovação da proposta pela Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre. A expectativa inicial do Executivo era ter o texto aprovado em todo o Congresso na primeira metade do ano.
"Não posso falar isso, espero que não haja nenhuma turbulência e se Deus quiser não haverá. Nós desejamos virar essa página o mais rápido possível da Nova Previdência", disse.
Bolsonaro tampouco não quis comentar a escolha por Maia do presidente e do relator da comissão especial da reforma, respectivamente os deputados Marcelo Ramos (PR-AM) e Samuel Moreira (PSDB-SP). "Essa é atribuição do presidente da Câmara. Todos os deputados têm responsabilidade, não falo todos porque têm a esquerda que está contra a gente, no outro lado acreditamos na responsabilidade e no espírito patriótico de todos para levar avante essa proposta", disse.
Bolsonaro encerrou a entrevista repentinamente no início de pergunta de um repórter sobre colocar um "ponto final" nas polêmicas envolvendo o filho dele Carlos Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão.
Durante a solenidade do fim do horário de verão, o presidente fez um aceno aos parlamentares e disse que o governo está aberto a eles. Exemplificou que estará a disposição de qualquer um que tiver um projeto que o governo possa transformar em decreto presidencial, e fez questão de chamar deputados que tinham propostas para acabar com o horário de verão para participar do ato.
Bolsonaro disse ser "muito difícil" aprovar um projeto no Congresso, comparando a quase ganhar na mega-sena.