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Em 2003, dólar oscilará por fator técnico interno e conjuntura externa

Caso a economia brasileira ganhe alguma estabilidade e entre num círculo virtuoso, até quanto a taxa de câmbio poderá ceder? Ou ainda: se este ciclo realmente for consolidado, como a economia brasileira será afetada em caso ocorra a guerra contra o Iraque? Como se trata de tentar apontar o preço de um ativo -sujeito ao […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.

Caso a economia brasileira ganhe alguma estabilidade e entre num círculo virtuoso, até quanto a taxa de câmbio poderá ceder? Ou ainda: se este ciclo realmente for consolidado, como a economia brasileira será afetada em caso ocorra a guerra contra o Iraque? Como se trata de tentar apontar o preço de um ativo -sujeito ao humor do mercado-, a tarefa de prever o comportamento da moeda americana é quase impossível. Especialistas consultados por EXAME prevêem que o dólar será um ativo de risco em praticamente qualquer cenário. O único caso que em que ele aparece como boa opção de investimento é caso haja uma guerra prolongada contra o Iraque e o governo Lula fique isolado, sem apoio no Congresso _cenários considerados pouco prováveis.

Bancos como ABN, JP Morgan, BBV, Bradesco prevêem que o câmbio deva fechar 2003 em até 3,80 reais. Outros bancos estimam que o dólar deve fechar o ano cotado em 3,50 reais.

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A esperança do mercado financeiro também é alta. A maioria dos analistas acham que a probabilidade da eventual guerra afetar o Brasil é baixa. Em cotrapartida, a chance de recuperação rápida dos Estados Unidos nesse caso também é baixa.

De acordo com o relatório semanal do BBV Banco, é possível examinar alguns dos principais fatores que apontam uma tendência no médio prazo.

O valor da taxa real de câmbio reflete a disposição de investidores em financiar a dívida pública. Se surgir a desconfiança de que o país não será capaz de honrar esse déficit, então essa disposição diminui e a demanda da moeda americana internamente aumenta - o que pressiona a taxa do câmbio.

Tal pressão, por sua vez, será maior ou menor conforme a capacidade de reação do saldo de transações correntes ao câmbio. Quanto mais rapidamente as exportações de bens e serviços subirem por conta da maior competitividade externa, menor a pressão. Ao mesmo tempo, quanto mais rápido as importações caírem, menor será a depreciação. "Tecnicamente, esses dois aspectos relativos à reação das exportações e importações significariam curvas de demanda e oferta de dólares menos inclinadas", diz o relatório do BBV.

Alterações no humor dos investidores podem ser desencadeadas por eventos adversos. Se um deles for associado ao encurtamento das linhas externas percebido como permanente, o setor externo da economia reagirá e elevará seus investimentos de forma a reduzir a dependência nos produtos importados e ampliar a base exportadora. "Dessa forma, os saldos comerciais são ampliados e a dependência do financiamento externo diminui", afirma o relatório. Nessa dinâmica de longo prazo, a taxa real de câmbio volta a se apreciar, dados os ganhos de produtividade obtidos no processo.

Portanto, é o lado real da economia que determinará a trajetória da taxa real de câmbio no longo prazo. No curto prazo, entretanto, interferências (as quais o BBV chama de "choques") fazem com que o equilíbrio da taxa não dependa dos mesmos fatores.

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