Eleição, e não crise política, pode gerar turbulência econômica
Opinião foi colhida entre executivos e empresários do setor financeiro. Apenas 12% consideram a reestruturação do perfil da dívida pública como suficiente para defender o país de crises internacionais
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.
O que vai causar turbulência na vida empresarial não é exatamente a crise política que já supera a marca dos cem dias, mas a campanha eleitoral do próximo ano. A conclusão foi extraída de pesquisa realizada entre executivos de finanças e empresários na abertura do congresso anual do setor.
Para 53,4% dos cerca de 500 participantes do 16º Congresso Nacional de Executivos de Finanças, a crise ainda não chegou a afetar as estratégias de negócios dos grandes grupos empresariais no Brasil, mas para 63,3% dos consultados o cenário político eleitoral deverá provocar maior volatilidade dos mercados a partir de 2006.
Dívida/PIB
Dos profissionais pesquisados, 47,7% qualificam como "pouco expressiva" a redução da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) obtida até o momento e 24,5% negam que o atualperfil da dívida mobiliária federaljá reduziu as vulnerabilidades externa e interna do país.
Para 40,2% a atuação do Tesouro Nacional é regular e a proteção contra solavancos no cenário internacional é "relativa" para 48,1% do total.
Apenas 12,1% consideram o recuo da relação dívida/PIB satisfatório e 27,4% vêem na reestruturação da dívida uma efetiva proteção contra crises externas.
O congresso é promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.