Apoiador do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi: ministro afirmou que "as circunstâncias políticas não permitem a continuação da negociação", segundo imprensa (Muhammad Hamed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2013 às 11h23.
Cairo - O Egito interrompeu as negociações para obter um empréstimo de US$ 4,8 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela crise política que o país atravessa, disse nesta quinta-feira o ministro do Planejamento egípcio, Ashraf al Arabi.
Segundo a agência estatal de notícias "Mena", o ministro afirmou em entrevista coletiva que "as circunstâncias políticas não permitem a continuação da negociação com o FMI" e expressou o interesse do Egito de "manter os laços (com esse organismo) apesar das mudanças ocorridas desde 30 de junho".
Arabi sustentou que o empréstimo do FMI tem o objetivo de elevar a qualificação da dívida egípcia, que retrocedeu oito vezes nos últimos anos, e restabelecer a confiança econômica no país.
Considerou que esse crédito do organismo "não pode ser compensado" com as ajudas no valor de US$ 12 bilhões oferecidas por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, que não hesitaram em anunciá-las para apoiar o golpe militar no Egito.
O FMI, que exigia uma série de reformas econômicas e um plano de ajuste para conceder o empréstimo, afirmou em 11 de julho que não tinha mantido até então contatos com o novo governo interino do Egito.
Além disso, o ministro do Planejamento explicou que o governo adotou políticas de expansão econômica e não de austeridade neste momento, devido à situação crítica que os cidadãos enfrentam.
O Conselho de Ministros do Egito aprovou ontem à noite uma série de estímulos para a economia que representam uma injeção de 22,3 bilhões de libras egípcias (US$ 3,2 bilhões) em grandes projetos de investimentos, de serviços urgentes e intensivos em mão de obra.
O vice-primeiro-ministro para Assuntos Econômicos, Ziad Bahedin, explicou à "Mena" que também foi estabelecido um plano para se reduzir o déficit fiscal de 14% para 9%, mediante a racionalização dos gastos e sem a necessidade de aumentar os impostos.
Bahedin detalhou que as ajudas dos países do Golfo reduziram a pressão sobre a libra egípcia e os juros da dívida, contribuindo para aliviar o gasto público.