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Economistas querem previsibilidade para combustíveis

Pressão da depreciação do câmbio sobre os preços e riscos disso para a inflação em meio a ciclo de aperto deram tom de debate sobre conjuntura econômica

Octavio de Barros: "talvez o BC precise avançar os juros para dois dígitos, isso vai depender da capacidade de observação da autoridade monetária" (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 14h30.

Brasília - A pressão da depreciação do câmbio sobre os preços no Brasil e os riscos disso para a inflação em meio a um ciclo de aperto nos juros deram o tom do debate sobre conjuntura econômica realizado nesta terça-feira no Senado, com economistas-chefes de grandes bancos sugerindo ao governo maior previsibilidade na definição de reajustes dos preços de combustíveis .

"Seria bom que fosse anunciada uma programação de redução da defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil, isso melhoria substancialmente o mercado de ações", sugeriu o economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros.

Para Barros, diante das pressões de preços colocadas, não deve ser descartada a possibilidade de o Banco Central ter de continuar elevando a taxa básica de juros.

"Talvez o BC precise avançar os juros para dois dígitos, isso vai depender da capacidade de observação da autoridade monetária", comentou.

A taxa Selic começou a ser elevada em abril pelo BC, em um ciclo de aperto monetário destinado a combater a elevação da inflação, fazendo o juro básico sair da mínima histórica de 7,25 por cento ao ano para os atuais 9,0 por cento, com previsão entre analistas de mais altas nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro e novembro.

Também participaram do debate sobre macroeconomia realizado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado os economistas-chefes do Itaú, Ilan Goldfajn; e do Credit Suisse, Nilson Teixeira.

"Haverá algum repasse do câmbio para a inflação. A pressão de repasse para a gasolina e o diesel já está batendo na porta", alertou Goldfajn.

O debate sobre o reajuste dos combustíveis está na ordem do dia do governo, com a Petrobras pedido aumento de seus preços em adequação aos níveis internacionais, principalmente após a recente elevação do dólar, mas com temores do efeito desse aumento para os preços em um momento em que a equipe econômica luta para colocar o IPCA em rota de convergência para a meta central de 4,5 por cento.


Os economistas-chefes traçaram um cenário de baixa expansão e inflação elevada tanto para 2013 quanto para 2014, expondo a necessidade de o governo adotar uma agenda de reformas capaz de restaurar a confiança dos agentes econômicos e aumentar a competitividade da economia.

"A autonomia do BC seria muito importante para contribuir para a redução da inflação", salientou Teixeira.

Essa foi uma avaliação reforçada também por Barros. "O país está tremendamente maduro para aprovar independência operacional do BC. Isso teria o impacto institucional de um Plano Real, contribuiria para reduzirmos a resistência à baixa da inflação, ficaríamos menos independentes de apertos monetários recorrentes." Em meio à discussão sobre o país precisar retomar a confiança dos agentes econômicos, Teixeira alertou para a necessidade de uma maior ancoragem da meta de 4,5 por cento para a inflação e da meta de 3,1 por cento do PIB de superávit primário.

"O fortalecimento das metas de inflação e fiscal teria impacto favorável na recuperação da confiança", avaliou o economista-chefe do Credit Suisse.

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Brasília - A pressão da depreciação do câmbio sobre os preços no Brasil e os riscos disso para a inflação em meio a um ciclo de aperto nos juros deram o tom do debate sobre conjuntura econômica realizado nesta terça-feira no Senado, com economistas-chefes de grandes bancos sugerindo ao governo maior previsibilidade na definição de reajustes dos preços de combustíveis .

"Seria bom que fosse anunciada uma programação de redução da defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil, isso melhoria substancialmente o mercado de ações", sugeriu o economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros.

Para Barros, diante das pressões de preços colocadas, não deve ser descartada a possibilidade de o Banco Central ter de continuar elevando a taxa básica de juros.

"Talvez o BC precise avançar os juros para dois dígitos, isso vai depender da capacidade de observação da autoridade monetária", comentou.

A taxa Selic começou a ser elevada em abril pelo BC, em um ciclo de aperto monetário destinado a combater a elevação da inflação, fazendo o juro básico sair da mínima histórica de 7,25 por cento ao ano para os atuais 9,0 por cento, com previsão entre analistas de mais altas nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro e novembro.

Também participaram do debate sobre macroeconomia realizado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado os economistas-chefes do Itaú, Ilan Goldfajn; e do Credit Suisse, Nilson Teixeira.

"Haverá algum repasse do câmbio para a inflação. A pressão de repasse para a gasolina e o diesel já está batendo na porta", alertou Goldfajn.

O debate sobre o reajuste dos combustíveis está na ordem do dia do governo, com a Petrobras pedido aumento de seus preços em adequação aos níveis internacionais, principalmente após a recente elevação do dólar, mas com temores do efeito desse aumento para os preços em um momento em que a equipe econômica luta para colocar o IPCA em rota de convergência para a meta central de 4,5 por cento.


Os economistas-chefes traçaram um cenário de baixa expansão e inflação elevada tanto para 2013 quanto para 2014, expondo a necessidade de o governo adotar uma agenda de reformas capaz de restaurar a confiança dos agentes econômicos e aumentar a competitividade da economia.

"A autonomia do BC seria muito importante para contribuir para a redução da inflação", salientou Teixeira.

Essa foi uma avaliação reforçada também por Barros. "O país está tremendamente maduro para aprovar independência operacional do BC. Isso teria o impacto institucional de um Plano Real, contribuiria para reduzirmos a resistência à baixa da inflação, ficaríamos menos independentes de apertos monetários recorrentes." Em meio à discussão sobre o país precisar retomar a confiança dos agentes econômicos, Teixeira alertou para a necessidade de uma maior ancoragem da meta de 4,5 por cento para a inflação e da meta de 3,1 por cento do PIB de superávit primário.

"O fortalecimento das metas de inflação e fiscal teria impacto favorável na recuperação da confiança", avaliou o economista-chefe do Credit Suisse.

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