Economista considera queda no varejo uma "acomodação natural"
O setor apresentou três altas consecutivas, o resultado baixo de fevereiro é um movimento natural para o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2012 às 14h48.
Rio de Janeiro - O desempenho do comércio varejista no país em fevereiro, que registrou queda de 0,5% em relação a janeiro, reflete uma acomodação do setor, que apresentou expansão por três meses consecutivos, desde novembro de 2011. A avaliação é do gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Reinaldo Pereira. Os resultados da pesquisa de fevereiro foram divulgados hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o economista, apesar da “leve queda” observada na passagem de janeiro para fevereiro, as vendas no varejo tiveram “bom resultado” quando comparadas ao mesmo período de 2011, com crescimento de 9,6%. Ele explicou que o movimento foi puxado pelos hipermercados e supermercados; produtos alimentícios e por bebidas e fumo, que registraram expansão de 11,8% no volume de vendas na comparação com fevereiro do ano passado. Segundo Pereira, o arrefecimento dos preços dos produtos alimentícios aqueceu as vendas.
“No início do ano passado, a alimentação estava cara em consequência da elevação dos preços das commodities [produtos primários cujos preços tem cotação internacional]. Agora, os preços dos alimentos vêm diminuindo e a gente acredita que isso estimulou a demanda”, afirmou.
O gerente da pesquisa acrescentou que o setor que inclui hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi responsável por mais da metade do crescimento do comércio como um todo, contribuindo com 58% da taxa. Ele também destacou que o setor de móveis e eletrodomésticos, com alta de 13,3% nesta mesma base de comparação (fevereiro de 2012 com fevereiro de 2011), veio logo em seguida, contribuindo com 24,9% da formação da taxa de crescimento.
Por outro lado, as vendas de veículos, motos, partes e peças automotivas tiveram “queda forte” de 10%. Ele acredita que o aumento do imposto para veículos importados contribuiu para o mau desempenho. “As próprias montadoras estavam importando muitos automóveis para vender aqui porque, com o real valorizado, estava saindo mais barato”.
Já a queda de 1% no desempenho das vendas do varejo, observada na passagem de janeiro para fevereiro, é atribuída ao chamado efeito calendário, já que fevereiro teve três dias úteis a menos que janeiro.
Para os próximos meses, o gerente da pesquisa do IBGE disse que é preciso aguardar os efeitos das medidas que o governo está adotando para estimular o consumo interno, como a prorrogação da redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, que inclui fogão, geladeira e máquina de lavar, e para os móveis.
“O que vemos, ao longo do tempo, é que 2010 foi um ano bom, com curva [de vendas no varejo] ascendente. No fim daquele ano, o governo, preocupado com a inflação, adotou algumas medidas macropudenciais, o que fez a curva cair. Ela continuou caindo e agora, neste início de 2012, o governo tem tomado várias medidas para estimular o consumo interno. Temos que aguardar para ver se essas medidas realmente terão efeito e vão fazer a curva voltar a ser ascendente”, disse Pereira.
Rio de Janeiro - O desempenho do comércio varejista no país em fevereiro, que registrou queda de 0,5% em relação a janeiro, reflete uma acomodação do setor, que apresentou expansão por três meses consecutivos, desde novembro de 2011. A avaliação é do gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Reinaldo Pereira. Os resultados da pesquisa de fevereiro foram divulgados hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o economista, apesar da “leve queda” observada na passagem de janeiro para fevereiro, as vendas no varejo tiveram “bom resultado” quando comparadas ao mesmo período de 2011, com crescimento de 9,6%. Ele explicou que o movimento foi puxado pelos hipermercados e supermercados; produtos alimentícios e por bebidas e fumo, que registraram expansão de 11,8% no volume de vendas na comparação com fevereiro do ano passado. Segundo Pereira, o arrefecimento dos preços dos produtos alimentícios aqueceu as vendas.
“No início do ano passado, a alimentação estava cara em consequência da elevação dos preços das commodities [produtos primários cujos preços tem cotação internacional]. Agora, os preços dos alimentos vêm diminuindo e a gente acredita que isso estimulou a demanda”, afirmou.
O gerente da pesquisa acrescentou que o setor que inclui hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi responsável por mais da metade do crescimento do comércio como um todo, contribuindo com 58% da taxa. Ele também destacou que o setor de móveis e eletrodomésticos, com alta de 13,3% nesta mesma base de comparação (fevereiro de 2012 com fevereiro de 2011), veio logo em seguida, contribuindo com 24,9% da formação da taxa de crescimento.
Por outro lado, as vendas de veículos, motos, partes e peças automotivas tiveram “queda forte” de 10%. Ele acredita que o aumento do imposto para veículos importados contribuiu para o mau desempenho. “As próprias montadoras estavam importando muitos automóveis para vender aqui porque, com o real valorizado, estava saindo mais barato”.
Já a queda de 1% no desempenho das vendas do varejo, observada na passagem de janeiro para fevereiro, é atribuída ao chamado efeito calendário, já que fevereiro teve três dias úteis a menos que janeiro.
Para os próximos meses, o gerente da pesquisa do IBGE disse que é preciso aguardar os efeitos das medidas que o governo está adotando para estimular o consumo interno, como a prorrogação da redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, que inclui fogão, geladeira e máquina de lavar, e para os móveis.
“O que vemos, ao longo do tempo, é que 2010 foi um ano bom, com curva [de vendas no varejo] ascendente. No fim daquele ano, o governo, preocupado com a inflação, adotou algumas medidas macropudenciais, o que fez a curva cair. Ela continuou caindo e agora, neste início de 2012, o governo tem tomado várias medidas para estimular o consumo interno. Temos que aguardar para ver se essas medidas realmente terão efeito e vão fazer a curva voltar a ser ascendente”, disse Pereira.