Economia vive período de desinflação e recuperação, diz Goldfajn
De acordo com o presidente do BC, isso se deve ao "fruto da reorientação da política econômica e da determinação da política monetária"
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de novembro de 2017 às 17h25.
Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn , afirmou nesta sexta-feira, 17, durante evento em São Paulo, que a "economia brasileira vive um período de desinflação e recuperação econômica, fruto da reorientação da política econômica ocorrida no ano passado e da determinação da política monetária".
De acordo com o presidente do BC, "esse cenário de recuperação se dá em um ambiente de flexibilização monetária que tem levado à queda das taxas de juros reais, atualmente em valores próximos aos mínimos históricos".
Goldfajn afirmou que as taxas reais (descontada a inflação) se encontram hoje entre 2,5% e 3,0%.
"A taxa de juros real ex ante encontra-se abaixo da taxa estrutural, o que significa que há duas hipóteses à frente: uma, que a taxa de juros estrutural decline ao longo do tempo; outra, que o juro básico suba. Ou, ainda, uma combinação dessas hipóteses", afirmou, retomando uma ideia contida em comunicados recentes da instituição.
"Nesse sentido, a fim de garantir que a tendência de queda das taxas de juros reais seja sustentável, é necessário continuar os esforços de reduzir a taxa de juros estrutural", pontuou. "Para isso, temos que perseverar no caminho dos ajustes e das reformas."
Goldfajn ressaltou que a continuidade dos ajustes e das reformas econômicas, em particular a reforma da Previdência, "é importante para o equilíbrio da economia, com consequências favoráveis para a desinflação, a queda da taxa de juros estrutural e a recuperação sustentável da economia brasileira".
Cenário internacional
Goldfajn afirmou ainda que "o cenário internacional encontra-se benigno, mas não podemos contar com a perpetuação dessa situação".
Segundo Goldfajn, o ambiente externo tem se mostrado favorável para as economias emergentes de maneira geral e para o Brasil em particular, "na medida em que a atividade econômica global vem se recuperando sem pressionar em demasia as condições financeiras nas economias avançadas".
"Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes", disse.
Goldfajn participou de reunião plenária do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo.