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Economia do país ganha novos e bons ares nesta sexta

Dólar cai, agência reclassifica títulos do Brasil e mercados devem ficar menos paralisados daqui para a frente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

A situação econômica dos mercados ganhou um novo cenário na sexta-feira, com investidores acreditando que a sucessão presidencial será decidida no segundo turno. O dólar encerrou o dia com queda significativa próxima à mínima do dia, aos 3,620 reais, com uma queda de 2,16%. Chega ao fim da semana com recuo de 6,58%.

Com volume financeiro muito baixo, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou positiva nesta sexta-feira, último pregão antes das eleições presidenciais. Segundo operadores, os poucos investidores presentes partiram para a compra, apostando na realização do segundo turno, o que animaria o mercado todo.

O Ibovespa encerrou o dia aos 9.259 pontos, com ganho de 1,31 por cento. O volume financeiro foi de 340,4 milhões de reais, abaixo da já pequena média diária de setembro, de 485 milhões de reais.

Outra boa notícia do dia foi o anúncio do banco de investimento norte-americano Merrill Lynch, que elevou os bônus brasileiros para "marketweight" em seu modelo de portfólio de títulos da dívida de emergentes, afirmando que um alívio das incertezas após uma vitória eleitoral clara na segunda-feira seria o cenário mais provável.

O banco tinha uma recomendação de "underweight" (abaixo da performance do mercado) para os bônus brasileiros, em decorrência de preocupações que dominaram o mercado de dívida brasileira desde meados de abril, com a possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. "Se Lula vencer no primeiro turno, nós achamos que o efeito líquido nos bônus deve ser positivo, pelo menos no início", disse a Merrill num comunicado divulgado na sexta-feira.

De qualquer forma, a situação deixa o próximo presidente na posição de ser obrigado a agir muito rapidamente para restaurar a confiança do mercado e aplacar temores de uma moratória da dívida. Talvez o lado bom de tudo isso seja que, daqui a quatro anos, no fim do mandato do novo presidente, o mercado não estará paralisado pelas incertezas quanto a quem ele realmente é. E a opção Lula não parece tão ruim.

"Se ele for um radical no fim das contas, irá falhar e não será reeleito, ou se ele for um moderado, e neste caso será bem-sucedido e o mercado ficará satisfeito", diz Paul Dickson, administrador de portfólios de mercados emergentes da JP Morgan Fleming Asset Management. "Minha intuição diz que daqui a quatro anos estaremos mais confortáveis com o PT. Administrar o país será novo para eles, mas eles administraram vários Estados e municípios e fizeram um trabalho relativamente bom. Não vejo crises nesses lugares."

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