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Economia brasileira perderá fôlego nos próximos dois anos

Relatório trimestral da consultoria Lafis projeta crescimento de 5,1%, em 2011, e de 4,6%, em 2012

Crescimento nos próximos dois anos será mais contido, prevê consultoria (.)
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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2010 às 15h08.

São Paulo - O crescimento da economia brasileira vai perder o ímpeto nos próximos dois anos. A consultoria Lafis projeta alta de 6,8% neste ano, de 5,1% no ano que vem, e de 4,6% em 2012.

"Para 2010, a Lafis espera uma retomada do nível de atividade, com base no crescimento consistente da demanda interna, principalmente do consumo das famílias e pelas boas perspectivas com relação aos investimentos, inclusive externos. Externamente, espera-se lenta recuperação dos países desenvolvidos, com retomada da demanda externa ainda abaixo do esperado e, por conseguinte, das exportações", diz relatório trimestral da consultoria.

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Em 2011, a expansão será impulsionada pela manutenção do crescimento do rendimento médio e da massa salarial, favorecendo o setor de serviços (o de maior peso na composição do PIB), através da ampliação do consumo das famílias. "Por outro lado, o crescimento será arrefecido pelo desempenho menos acentuado do PIB industrial (6,7%) e do PIB agropecuário (5,6%)."

A Lafis lembra que os investimentos em infraestrutura deverão ser priorizados nos próximos anos por causa da proximidade da Copa do Mundo (2014) e dos Jogos Olímpicos (2016).

"Para 2012, a expectativa é de que o modelo de crescimento da economia brasileira, atualmente baseado na expansão do consumo interno, entre em processo de transição (com recuperação do setor externo), constituindo bases mais sólidas. Além disso, os gargalos de infraestrutura poderão impedir um crescimento vigoroso por longo prazo. Dessa forma, espera-se crescimento arrefecido da economia brasileira da ordem de 4,6%, com destaque menos acentuado do PIB industrial e de serviços."

Em relação à taxa básica de juros, a consultoria prevê que a Selic encerre 2010 em 11,75% ao ano (atualmente está em 10,25%). "Em 2011 não se espera uma mudança política abrupta, pois a sociedade brasileira não elegeria alguém que rompesse com o modelo econômico atual existente. Caso isso ocorra, o cenário de 2002 voltaria a se repetir, com elevada desconfiança internacional e do mercado local." A Lafis prevê manutenção dos juros nesse patamar (11,75%) no ano que vem, caindo para 10% em 2012.

No curto prazo, os riscos do cenário traçado pela consultoria são a fraca recuperação dos países desenvolvidos e eventual estresse causado pelas eleições. Em 2011, é preciso acompanhar a possível elevação dos juros nos Estados Unidos e verificar se a indústria brasileira será capaz de atender a demanda aquecida. Para 2012, a atenção estará voltada aos preços das commodities e à eventual teimosia da China em ser uma nação poupadora, o que gera desequilíbrios no mundo.

Atividade econômica2008 (IBGE)2009 (IBGE)2010(Prev.)2011(Prev.)2012(Prev.)
PIB
crescimento real
5,1%-0,2%6,8%5,1%4,6%
Agropecuária5,7%-5,2%6,0%5,6%5,9%
Indústria
(inclui construção)
4,4%-5,5%9,2%6,7%6,5%
Serviços4,8%2,6%4,9%4,3%3,6%
Impostos sobre produtos7,4%-0,8%11,7%5,6%5,1%
Fonte: Consultoria Lafis | Elaboração: EXAME.com

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