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É preciso de 308 votos para aprovar PEC do teto, diz Maia

"O importante para o governo é ganhar. O importante para a base é ter 308 votos. Tudo que vier acima disso é muito bom, muito bem-vindo", disse Maia

PEC 241: no primeiro turno da votação o governo teve 366 votos e 30 traições (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 13h26.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que o importante é ter pelo menos 308 votos e vencer a votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição que cria um teto para os gastos da União, em um discurso diferente do pregado inicialmente pelo governo, que pretendia ter a maior votação possível.

"O importante para o governo é ganhar. O importante para a base é ter 308 votos. Tudo que vier acima disso é muito bom, muito bem-vindo. A gente espera ter um resultado tão bom quanto no primeiro turno, mas o importante é a vitória para que a matéria possa ir ao Senado", afirmou Maia ao sair de um evento em São Paulo.

O governo teve 366 votos no primeiro turno, com quase 30 traições. Inicialmente, a intenção era recuperar parte desses votos para o segundo turno, com o presidente Michel Temer chamando deputados da base que votaram "não" para "discutir a relação".

No entanto, a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, na semana passada, atrapalhou os planos. O Planalto admite que parte da base ainda fiel a Cunha --uma parte pequena, mas que ainda existe-- pode retaliar o governo por achar que Temer não fez o suficiente para ajudar o ex-deputado.

Outra parte, segundo fontes palacianas, pode simplesmente querer se manter distante de Brasília em um momento conturbado. Por isso, Temer passou os últimos dias, desde sua chegada da viagem à Índia e ao Japão, conversando com parlamentares para tentar garantir o quórum alto na terça-feira.

Esta noite, o presidente irá a um coquetel na casa de Maia, chamado para tentar garantir o quórum para a votação de terça.

Falando a jornalistas, Maia procurou minimizar a influência da prisão de Cunha sobre o humor na Câmara.

"Acho que não vai impactar. Claro que é um momento triste. Ninguém fica feliz que um ex-deputado, um ex-presidente da Câmara, tenha sido preso. Mas acho que não trará influência nas votações. Não tenho dúvida que o ambiente na Câmara é positivo", disse.

Previdência

Sobre a reforma da Previdência, Maia afirmou que o debate deve começar ainda este ano, com a formação de uma comissão especial. No entanto, previu a votação em primeiro turno apenas para fevereiro de 2017.

"Vai ser um debate duro. A base e o governo vão ter que estar muito preparados para a comunicação, para explicar para o cidadão o porquê da reforma", afirmou.

A previsão do Palácio do Planalto é enviar o texto ao Congresso apenas na segunda semana de novembro. De acordo com uma fonte que acompanha as discussões, Temer deve receber as centrais sindicais, confederações de empresários e as lideranças no Congresso apenas depois do segundo turno das eleições municipais. E apenas depois disso a reforma será encaminhada ao Congresso.

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