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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
Fornecer mesas de bilhar e sinuca à indústria campeã do ramo no mundo, a americana Brunswick Billiards, é fundamental no currículo da catarinense Rudnick, mas não o suficiente para fazê-la cruzar os braços. Vinte anos após o primeiro pedido, a Rudnick, a maior indústria do pólo moveleiro de São Bento do Sul, orgulha-se de estar inserida no que o gerente de exportação, Cláudio Schultz, chama de "cultura de exportação". Ele sintetiza a expressão numa frase: "Significa estar todo mundo na empresa consciente de que o mercado externo é muito exigente e não dá, normalmente, uma segunda chance", diz Schultz. Empresa familiar fundada em 1938, a Rudnick, conglomerado de cinco fábricas que empregam 1 000 funcionários, ainda tira das mesas de bilhar 30% de sua receita em dólares. A empresa, no entanto, aposta cada vez mais no potencial de venda de outros produtos feitos de madeira. No ano passado, as exportações chegaram a 12,4 milhões de dólares, acréscimo de 60% sobre os resultados de 2001, graças sobretudo à boa aceitação de móveis residenciais e comerciais fornecidos a atacadistas americanos.
Perto de atingir a meta de vender ao exterior 40% de sua produção, a Rudnick trabalha com aglomerados, compensados e madeira maciça. Faz móveis populares e de luxo. Sua principal matéria-prima é o pinus, mas experimenta com gosto cada vez maior o eucalipto, "a madeira do futuro para a indústria do mobiliário", no dizer de Schultz, que começou na Rudnick como office-boy, há 35 anos. Só não mergulha mais nessa alternativa por falta de suprimento adequado da madeira tida como potencial substituta do mogno amazônico. Na linguagem de Schultz, a receita do sucesso da Rudnick começa na flexibilidade da linha de produção e termina no treinamento do pessoal. O objetivo de tudo isso: "dar respostas rápidas em prazos hábeis, com garantia de qualidade e preço competitivo", diz Schultz. Em outras palavras: o velho just-in-time, bom e barato.