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Dinheiro da Parmalat; está no Brasil, diz ex-auditor;

De acordo com Gianfranco Bocchi, ex-auditor da divisão de laticínios da Parmalat italiana, parte dos 10 bilhões de euros desviados da empresa pode estar no Brasil. Em interrogatório no dia 14 de janeiro, divulgado nesta segunda-feira (19/01) pelo jornal italiano La Repubblica,Bocchi sugeriu que a Justiça investigue as operações da Parmalat no Brasil. Se eu […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.

De acordo com Gianfranco Bocchi, ex-auditor da divisão de laticínios da Parmalat italiana, parte dos 10 bilhões de euros desviados da empresa pode estar no Brasil. Em interrogatório no dia 14 de janeiro, divulgado nesta segunda-feira (19/01) pelo jornal italiano La Repubblica,Bocchi sugeriu que a Justiça investigue as operações da Parmalat no Brasil. Se eu fosse vocês procuraria bem em duas empresas: a Carital do Brasil e a Winshaw , afirmou o ex-auditor.

A Carital era uma empresa controlada pela própria Parmalat italiana e foi responsável por uma série de aquisições no Brasil. A Winshaw,por sua vez, era gerida por Francesco Viotto, gerente de auditoria interna que até o final de 1996 havia trabalhado para a empresa Grant Thornton.

Segundo o La Repubblica, Bocchi também atribuiu toda a responsabilidade das operações ilegais a Calisto Tanzi, fundador e principal acionista da Parmalat, e a diretores financeiros da empresa. Não sei muito bem em que ano foi feita a incorporação no Brasil , disse o ex-auditor. A operação foi conduzida inteiramente por Tonna (Fautos Tonna, ex-diretor financeiro da Parmalat na Itália) e por Monteiro (Carlos Monteiro, diretor financeiro da subsidiária brasileira) e era conduzida de modo a fazer desaparecer no Brasil uma série de passivos e de ativos a desvalorizar.

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Contra prejuízos

Enquanto as autoridades italianas investigam o rombo na matriz, o mercado brasileiro tenta evitar possíveis prejuízos no país. Em Assembléia Geral Extraordinária de cotistas do Parmalat Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, realizada nesta segunda-feira (19/01), foi aprovado por unanimidade o resgate antecipado das quotas seniores. Os investidores poderão receber a totalidade dos valores investidose sua remuneração. Segundo Alexandre Zakia, diretor de produtos de investimentos do Banco Itaú, o saldo do fundo é de cerca de 125 milhões de reais -- quantia suficiente para honrar o valor corrigido de todas as quotas seniores, no valor de 113 milhões de reais.

Leite

Numa outra iniciativa, o Ministério da Agricultura decidiu liberar 200 milhões de reais em empréstimos, por meio do Banco do Brasil, aos produtores nacionais de leite. O dinheiro será para garantir a estocagem do produto e de seus derivados em todo o Brasil. Pelo menos metade desses recursos terá juros de 8,75% ao ano, segundo informou o secretário de Política Agrícola do Ministério, Ivan Wedekin, nesta segunda-feira (19/1). Esse dinheiro servirá não apenas para as regiões mais afetadas pela crise da Parmalat, mas para todo o país, disse ele. Daremos mais liquidez ao mercado de leite às vésperas da entressafra e esperamos que outras instituições financeiras sigam a decisão do Banco do Brasil.

Wedekin informou ainda que o governo está fechando os últimos detalhes para dar início à aquisição direta de 1 000 toneladas de leite em pó de cooperativas e empresas que receberam o produto como pagamento das dívidas da Parmalat Brasil. A compra, que deve custar em torno de 7 milhões de reais ao Tesouro Nacional, deve ser feita em conjunto pelos ministérios da Agricultura, da Fazenda e da Segurança Alimentar e Combate à Fome.

Ambas medidas foram sugeridas ao ministro Roberto Rodrigues pela Câmara Setorial do Leite, do Conselho do Agronegócio (Consagro), durante reunião emergencial no início deste mês. O governo estava preocupado com o efeito dominó da crise no setor e buscava reduzir ao máximo suas conseqüências na remuneração do produtor de leite.

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