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Donald Tusk: Difícil imaginar acordo UE-Mercosul com Amazônia em chamas

"É difícil imaginar uma ratificação harmoniosa enquanto o presidente brasileiro permite destruição dos espaços verdes do planeta", disse o líder europeu

Bolsonaro: Donald Tusk pôs em dúvida a ratificação do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul após os recentes incêndios na Amazônia (Adriano Machado/Reuters)
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EFE

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 10h34.

Última atualização em 24 de agosto de 2019 às 10h59.

Biarritz — Em entrevista coletiva antes do começo da cúpula do G7, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pôs em dúvida a ratificação do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul após os recentes incêndios na Amazônia.

Ele, ainda, criticou a gestão ambiental do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

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"Apoiamos o acordo UE-Mercosul, que também implica a proteção do clima, mas é difícil imaginar uma ratificação harmoniosa pelos países europeus enquanto o presidente brasileiro permite a destruição dos espaços verdes do planeta", afirmou Tusk em Biarritz, na França, onde a cúpula do G7 será realizada até segunda-feira.

Após 20 anos de negociações, o termo de cooperação comercial entre a UE e o Mercosul foi firmado e prevê eliminar, em 15 anos mais de 90% das tarifas praticadas hoje nas transações de mercadorias entre os dois blocos.

Ameaças

A fala de Tusk se une a do presidente francês Emmanuel Macron, que na manhã de sexta-feira (23), afirmou que Bolsonaro “mentiu” sobre seus compromissos com o meio ambiente e anunciou que, sob essas condições, a França se opõe ao controverso tratado de livre comércio UE-Mercosul.

“Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka”, declarou o palácio do Eliseu, estimando que “o presidente Bolsonaro decidiu não respeitar seus compromissos climáticos nem se comprometer com a biodiversidade”.

Já a Finlândia, que detém a Presidência rotativa da União Europeia, pediu que o bloco avalie a possibilidade de banir a carne bovina do Brasil devido à devastação causada pelas queimadas na Amazônia.

O primeiro-ministro da Irlanda tambémameaçou votar contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil não respeitar seus “compromissos ambientais”.

À noite, em TV nacional, opresidente Jair Bolsonaro alfinetou as declarações de Macron, sem citar seu nome.

“Mensagens infundadas dentro e fora do brasil não contribuem para resolver o problema”, declarou. Uma das críticas que tem sido feitas ao mandatário francês é que ele usou uma foto que não é dos atuais incêndios na Amazônia para criticar as queimadas.

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