Economia

Desenvolvimento depende de classe média sólida, diz ministro

Segundo Moreira Franco, classe é responsável pela entrada de 1,1 trilhão de reais por ano na economia

Moreira Franco:  52% da população brasileira constituem a nova classe média (Elza Fiúza/Abr)

Moreira Franco: 52% da população brasileira constituem a nova classe média (Elza Fiúza/Abr)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 14h19.

Brasília - Para continuar seu processo de desenvolvimento, o Brasil precisa, acima de tudo, manter sólida a classe média que surgiu nos últimos dez anos. Sob esta premissa, começou a 2ª Conferência do Desenvolvimento (Code), organizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, a classe média precisa ser sólida e permanente por seu protagonismo, sua força política e pela força econômica que tem. Hoje, 52% da população brasileira constituem a nova classe média, responsável pela entrada de R$ 1,1 trilhão a cada ano na economia, um valor maior do que o do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, disse o ministro. "Esses brasileiros têm segurado e sustentado o país para enfrentar os desafios e as crises que o mundo nos tem imposto.”

De acordo com Moreira Franco, para que esse segmento permaneça sólido, e não volte à pobreza, mantendo o ritmo de mobilidade e de crescimento dos últimos dez anos, é necessário garantir preservar os ganhos sociais e insistir na preservação da política econômica de crescimento e desenvolvimento com distribuição de renda”, completou o titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, destacou que, para manter o “cenário de grandiosidade” que o Brasil apresenta, é necessário consolidar e dar continuidade à via democrática, à convergência em torno das transformações de que o país precisa, "tendo em vista o legado do passado de enorme desigualdade social e regional”, que distanciava ricos e pobres.

De acordo com Pochmann, a ponte para o desenvolvimento brasileiro depende da continuidade do enfrentamento dessas desigualdades e da construção de uma liderança na região sul-americana, para que se possa estabelecer uma moeda de curso internacional, da consolidação de um complexo de defesa das riquezas e da soberania do país. Também é necessária a consolidação de um sistema nacional de inovação, porque a sociedade do conhecimento, para qual se está caminhando, tem como principal ativo a educação do povo, disse Pochmann.

Para ele, desenvolvimento não é mais apenas crescimento econômico, como ocorreu no passado, quando o país não dividia suas riquezas. "Também não é adotar um padrão de consumo similar ao dos Estados Unidos, porque o planeta não suportaria isso”, ressaltou o presidente do Ipea.

A 2ª Conferência do Desenvolvimento, aberta hoje em Brasília, tem o objetivo de promover um debate nacional sobre o desenvolvimento, com a participação de estudantes, profissionais, agentes públicos, estudiosos, pesquisadores, especialistas, professores e legisladores, entre outros. O encontro termina sexta-feira (25), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.

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