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Desemprego atinge mais negros e pardos no Brasil

Um estudo do IBGE mostra que os brancos sofrem menos com o desemprego, têm mais escolaridade e ganham melhor

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

A desigualdade social no Brasil continua marginalizando negros e pardos. É o que mostra um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da pesquisa de emprego, que realiza mensalmente.

No estudo, o IBGE observou que há mais desempregados na População Economicamente Ativa (PEA) negra e parda do que na branca. Em março de 2004, havia cerca de 18,5 milhões de pessoas ocupadas nas seis regiões metropolitanas investigadas pela pesquisa, das quais 58% eram brancas e 40,8% negras ou pardas. No entanto, quando se considera o número de desocupados, verifica-se a relação inversa: 49,2% de pessoas brancas e 50,4% de pessoas negras ou pardas.

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O instituto verificou que, entre os brancos economicamente ativos, 11,1% eram desocupados e 88,9% ocupados. Já entre a população negra ou parda economicamente ativa, a proporção de desocupados era de 15,3% e a proporção de ocupados, 84,7%. Ou seja, "negros e pardos apresentam maior dificuldade em encontrar trabalho", diz o relatório do IBGE.

Escolaridade

O tempo de estudo entre as duas populações também é diferente. O número médio de anos de estudo completos para a população branca ocupada chegou a 9,8, enquanto o dos negros ou pardos foi 7,7. Também entre os desocupados, a população branca mostrou maior média de anos de estudo (9,5) completos do que a população negra ou parda (8).

Subremuneração

O maior percentual de pessoas ocupadas que recebiam rendimento por hora trabalhada inferior à razão salário mínimo por 40 horas semanais era da população negra ou parda: 18,2%. Entre os brancos, esse percentual era menos da metade: 7,5%. Tal diferença repetiu-se em todas as regiões, exceto em Salvador, onde a diferença era ainda maior.

Entenda o estudo

A pesquisa de emprego investiga, desde 1980, a força de trabalho nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Desde dezembro de 2002, as alternativas de cor ou raça (branca, negra, amarela, parda e indígena, as mesmas utilizadas pelo IBGE em todas as suas pesquisas domiciliares) foram introduzidas no questionário da pesquisa, para serem apresentadas ao entrevistado, que se autoclassifica.

Em março deste ano, a população em idade ativa das seis regiões metropolitanas investigadas pelo IBGE era composta por 56,5% de pessoas brancas, 33,9% pardas e 8,5% negros. A baixa proporção de amarelos e indígenas (cerca de 1%) não permitiu análises detalhadas. Em razão disso, o instituto decidiu não incluí-los nesse estudo, principalmente porque a Região Metropolitana de São Paulo concentra 83,3% dos amarelos identificados na pesquisa.

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