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Dependência pode condicionar desenvolvimento da AL

Segundo relatório, México, América Central e o Caribe podem se beneficiar em um cenário de maior crescimento nos Estados Unidos e menor crescimento na China

Brasil: dependência pode condicionar desenvolvimento  (USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2014 às 15h50.

Costa do Sauípe - O forte vínculo que alguns países latino-americanos têm com os Estados Unidos e o de outros com a China pode condicionar o crescimento de suas economias a médio prazo, dependendo do comportamento desses dois gigantes, segundo um relatório divulgado neste domingo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No estudo macroeconômico, apresentado durante a 55ª assembleia anual da instituição, que acontece na Costa do Sauípe (Bahia), o BID avaliou que efeitos teria nas economias da região um maior ou menor crescimento tanto da China como dos Estados Unidos a curto e médio prazo.

'México, América Central e o Caribe podem se beneficiar em um cenário de maior crescimento nos Estados Unidos e menor crescimento na China', afirma o relatório.

Já os países da América do Sul, que 'estão mais expostos a um impacto negativo' no caso de 'um choque negativo na China', se beneficiariam menos de um alto crescimento nos Estados Unidos, segundo as projeções.

O estudo destaca que a desaceleração das economias emergentes foi um dos 'pontos mais visíveis da economia global nos anos recentes', e cita como exemplos os de Brasil, China, México, Índia e África do Sul, que 'cresceram em média 6,5% por ano entre 2004 e 2008, mas seu crescimento esperado para os próximos cinco anos é de 4,7% por ano'.

Em relação aos Estados Unidos, que começa a deixar para trás a Grande Recessão de 2008 e começou a retirar gradualmente as medidas de estímulo, o relatório do BID toma como base o cenário em que o crescimento 'acelere de 1,9% no ano passado a 2,8% em 2014'.

Essa aceleração do crescimento deve ocorrer à medida em que nos EUA desapareçam as restrições fiscais, melhore o mercado imobiliário e a renda das famílias, segundo o trabalho, coordenado pelo assessor chefe do Departamento de Pesquisa do BID, Andrew Powell.

'Se o crescimento dos Estados Unidos chegar a 4% em 2015, e a normalização da política monetária avançar suavemente, calcula-se que o crescimento na região aumentará para 6% em 2015', diz o relatório macroeconômico.

Segundo os números oficiais mais recentes, em 2013 a economia dos Estados Unidos teve um crescimento de 1,9%, depois dos 2,8% do ano anterior, enquanto as previsões do Federal Reserve preveem entre 2,8% e 3,2% para 2014.

Mas se o crescimento chinês 'diminuir para 5,3% em 2015' - atualmente espera-se que o PIB chinês aumente 7,5% neste ano e caia para 7% em 2016 -, 'é provável que o crescimento regional caia até 1,5% nesse mesmo ano', acrescenta o relatório.

Mencionando casos concretos, as duas maiores economias da América Latina , Brasil e México, teriam efeitos opostos, segundo a conjugação destas variáveis no trabalho do BID.

O México ganharia mais com um maior crescimento nos Estados Unidos e se veria menos afetado por um impacto negativo na China, e o Brasil seria mais prejudicado com uma desaceleração do crescimento chinês.

O relatório cita outros casos como os da Colômbia, cujas taxas de crescimento 'são bastante sensíveis a estes impactos, enquanto em El Salvador o efeito é quase nulo'.

Apesar de ser esperado que a região cresça mais rapidamente nos próximos dois anos do que nos três anteriores, as taxas projetadas pelo BID para a América Latina e o Caribe são de '3% em 2014 e 3,3% em 2015, próximo ao crescimento potencial'.

Esse crescimento, no entanto, está 'muito abaixo das taxas alcançadas antes da Grande Recessão' de 2008, que foram da ordem de 4,9% no período 2003-2007, lembra o organismo.

Além disso, crescimentos a esse ritmo 'não permitirão à região abordar várias necessidades sociais ainda não satisfeitas', e além disso, são substancialmente inferiores aos de outras regiões emergentes do mundo, sobretudo a asiática.

'O crescimento em grande parte do mundo desenvolvido segue abaixo do potencial; as economias emergentes seguem crescendo e (...) espera-se que o desempenho econômico da América Latina e do Caribe volte ao normal', conclui o relatório.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento encerra hoje na Costa do Sauípe sua 55ª assembleia anual, durante a qual revisou o papel do setor privado no desenvolvimento das economias latino-americanas e as ações deste órgão em estimular seu crescimento.

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Costa do Sauípe - O forte vínculo que alguns países latino-americanos têm com os Estados Unidos e o de outros com a China pode condicionar o crescimento de suas economias a médio prazo, dependendo do comportamento desses dois gigantes, segundo um relatório divulgado neste domingo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No estudo macroeconômico, apresentado durante a 55ª assembleia anual da instituição, que acontece na Costa do Sauípe (Bahia), o BID avaliou que efeitos teria nas economias da região um maior ou menor crescimento tanto da China como dos Estados Unidos a curto e médio prazo.

'México, América Central e o Caribe podem se beneficiar em um cenário de maior crescimento nos Estados Unidos e menor crescimento na China', afirma o relatório.

Já os países da América do Sul, que 'estão mais expostos a um impacto negativo' no caso de 'um choque negativo na China', se beneficiariam menos de um alto crescimento nos Estados Unidos, segundo as projeções.

O estudo destaca que a desaceleração das economias emergentes foi um dos 'pontos mais visíveis da economia global nos anos recentes', e cita como exemplos os de Brasil, China, México, Índia e África do Sul, que 'cresceram em média 6,5% por ano entre 2004 e 2008, mas seu crescimento esperado para os próximos cinco anos é de 4,7% por ano'.

Em relação aos Estados Unidos, que começa a deixar para trás a Grande Recessão de 2008 e começou a retirar gradualmente as medidas de estímulo, o relatório do BID toma como base o cenário em que o crescimento 'acelere de 1,9% no ano passado a 2,8% em 2014'.

Essa aceleração do crescimento deve ocorrer à medida em que nos EUA desapareçam as restrições fiscais, melhore o mercado imobiliário e a renda das famílias, segundo o trabalho, coordenado pelo assessor chefe do Departamento de Pesquisa do BID, Andrew Powell.

'Se o crescimento dos Estados Unidos chegar a 4% em 2015, e a normalização da política monetária avançar suavemente, calcula-se que o crescimento na região aumentará para 6% em 2015', diz o relatório macroeconômico.

Segundo os números oficiais mais recentes, em 2013 a economia dos Estados Unidos teve um crescimento de 1,9%, depois dos 2,8% do ano anterior, enquanto as previsões do Federal Reserve preveem entre 2,8% e 3,2% para 2014.

Mas se o crescimento chinês 'diminuir para 5,3% em 2015' - atualmente espera-se que o PIB chinês aumente 7,5% neste ano e caia para 7% em 2016 -, 'é provável que o crescimento regional caia até 1,5% nesse mesmo ano', acrescenta o relatório.

Mencionando casos concretos, as duas maiores economias da América Latina , Brasil e México, teriam efeitos opostos, segundo a conjugação destas variáveis no trabalho do BID.

O México ganharia mais com um maior crescimento nos Estados Unidos e se veria menos afetado por um impacto negativo na China, e o Brasil seria mais prejudicado com uma desaceleração do crescimento chinês.

O relatório cita outros casos como os da Colômbia, cujas taxas de crescimento 'são bastante sensíveis a estes impactos, enquanto em El Salvador o efeito é quase nulo'.

Apesar de ser esperado que a região cresça mais rapidamente nos próximos dois anos do que nos três anteriores, as taxas projetadas pelo BID para a América Latina e o Caribe são de '3% em 2014 e 3,3% em 2015, próximo ao crescimento potencial'.

Esse crescimento, no entanto, está 'muito abaixo das taxas alcançadas antes da Grande Recessão' de 2008, que foram da ordem de 4,9% no período 2003-2007, lembra o organismo.

Além disso, crescimentos a esse ritmo 'não permitirão à região abordar várias necessidades sociais ainda não satisfeitas', e além disso, são substancialmente inferiores aos de outras regiões emergentes do mundo, sobretudo a asiática.

'O crescimento em grande parte do mundo desenvolvido segue abaixo do potencial; as economias emergentes seguem crescendo e (...) espera-se que o desempenho econômico da América Latina e do Caribe volte ao normal', conclui o relatório.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento encerra hoje na Costa do Sauípe sua 55ª assembleia anual, durante a qual revisou o papel do setor privado no desenvolvimento das economias latino-americanas e as ações deste órgão em estimular seu crescimento.

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