Governo registra pior déficit para novembro desde 1997
O resultado de R$ 38 milhões em novembro veio pior do que as expectativas do mercado financeiro
Reuters
Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 15h23.
Última atualização em 26 de dezembro de 2016 às 16h54.
Brasília - Com a atividade econômica baixa e recuo no pagamento de tributos, o Governo Central registrou um déficit primário de R$ 38,356 bilhões em novembro, o pior desempenho para o mês em toda a série histórica, que tem início em 1997. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.
O resultado de novembro veio pior do que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 35,600 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 18 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas, que variava de um déficit de R$ 12,400 bilhões a R$ 55,000 bilhões.
Entre janeiro e novembro deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 94,158 bilhões, também o pior resultado da série. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 54,107 bilhões.
Em 12 meses, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 100,4 bilhões. O valor desconsidera o pagamento de R$ 55,6 bilhões em passivos, realizado em dezembro de 2015 e que não irá se repetir.
A meta fiscal para este ano é um déficit de R$ 167,7 bilhões nas contas do Governo Central - isso porque a União já anunciou que vai compensar a frustração do resultado dos Estados e municípios. No agregado, a meta para o setor público é negativa em R$ 163,9 bilhões.
As contas do Tesouro Nacionalincluindo o Banco Central - registraram um déficit primário de R$ 19,390 bilhões em novembro. No ano, porém, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 48,704 bilhões.
No mês passado, o resultado do INSS foi um déficit de R$ 18,966 bilhões. Já no acumulado do ano até novembro, o rombo da Previdência Social chega a R$ 142,862 bilhões.
As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 222,9 milhões em novembro e de R$ 895,5 milhões no acumulado do ano até o mês passado.
Receitas
O resultado de novembro representa alta real de 1,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 9,7%. No ano até novembro, as receitas do governo central recuaram 2,7% ante igual período de 2015, enquanto as despesas aumentaram 1,0% na mesma base de comparação.
Investimentos
Os investimentos do governo federal caíram a R$ 47,042 bilhões de janeiro a novembro de 2016, informou o Tesouro Nacional. Desse total, R$ 28,369 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2016. Em igual período do ano passado, os investimentos totais haviam somado R$ 49,521 bilhões.
Já os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somaram R$ 2,976 bilhões em novembro, alta real de 23,2% ante igual mês do ano passado. Já nos onze meses do ano, as despesas com o PAC somaram R$ 31,817 bilhões, recuo de 16,2% ante igual período de 2015, já descontada a inflação.
Dividendos
O caixa do governo federal recebeu R$ 183,3 milhões em dividendos pagos pelas empresas estatais em novembro, cifra 841,9% maior do que em igual mês do ano passado, já descontada a inflação. No acumulado do ano, entretanto, as receitas com dividendos somaram R$ 1,765 bilhão, queda real de 73,3% em relação a igual período do ano passado.
Já as receitas com concessões totalizaram R$ 277,3 milhões em novembro, alta real de 270,8% ante novembro de 2015. Nos onze meses de 2016, essa receita somou R$ 21,637 bilhões, alta real de 252,2% ante igual período do ano passado.