Dados de gastos dos consumidores e indústria nos EUA indicam 1º tri fraco
Renda pessoal do norte-americano recuou 0,1% em janeiro, primeira queda desde novembro de 2015
Reuters
Publicado em 1 de março de 2019 às 17h40.
Washington - A renda pessoal nos Estados Unidos caiu em janeiro pela primeira vez em mais de três anos e os gastos dos consumidores tiveram a maior queda desde 2009 em dezembro, colocando a economia em uma trajetória de crescimento fraco no início do primeiro trimestre.
As perspectivas econômicas também escureceram diante de outros dados divulgados nesta sexta-feira mostrando que a atividade industrial chegou a uma mínima de mais de dois anos em fevereiro, com as indústria reportando queda nas novas encomendas e contratações.
Esses relatórios ampliaram a série de dados fracos sobre uma economia que perdeu força no final de 2018 e deu mais crédito à postura de "paciência" do Federal Reserve em relação a elevar mais os juros neste ano.
A economia está perdendo ritmo à medida que o estímulo de um pacote de 1,5 trilhão de dólares de cortes tributários e maior gasto do governo se dissipa. Uma guerra comercial entre os EUA e a China, taxas de juro mais elevadas, crescimento global mais fraco e incertezas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia estão nublando as perspectivas.
O Departamento do Comércio informou nesta sexta-feira que a renda pessoal recuou 0,1 por cento em janeiro. Esse foi o primeiro declínio desde novembro de 2015, após salto de 1,0 por cento em dezembro.
Os salários aumentaram 0,3 por cento em janeiro, após subirem 0,5 por cento em dezembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam que a renda subiria 0,3 por cento em janeiro.
O Departamento do Comércio não divulgou a parte de gastos do consumidor do relatório uma vez que a coleta e processamento dos dados foi adiada pela paralisação parcial do governo, que durou 35 dias e acabou em 25 de janeiro.
O departamento informou que os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, caiu 0,5 por cento em dezembro, maior queda desde setembro de 2009 e após aumento de 0,6 por cento em novembro.
A inflação permaneceu benigna em dezembro. O índice PCE excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia subiu 0,2 por cento, ganho semelhante ao de novembro.
Outro relatório divulgado nesta sexta-feira mostrou que o índice de atividade industrial do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) caiu 2,4 pontos, a 54,2, no mês passado, leitura mais baixa desde novembro de 2016.
Leitura acima de 50 indica expansão da indústria, que responde por cerca de 12 por cento da economia norte-americana.