Crise deve gerar novo modelo, dizem economistas
Ciclos econômico e político acabaram, e agora governo e empresas vão ter que atravessar um deserto para chegarem diferentes do outro lado
João Pedro Caleiro
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 19h55.
São Paulo – "Hoje, até aprovar parabéns para você no Congresso está difícil”, diz José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de política econômica e sócio da MB Associados.
Em debate no EXAME Fórum, o economista disse que temos hoje "além de um governo fraco, uma situação econômica pior do que todos previam" e com crise inédita em 6 setores-chave: petróleo, energia elétrica, automotivo, bens de capital, açúcar e álcool.
Nem todas as empresas devem conseguir “atravessar esse deserto”; estão em vantagem aquelas com balanços fortes, boa produtividade e recursos de capital humano.
É só em meados de 2016 que a queda da inflação e a estabilização do câmbio permitirão cortar novamente os juros e abrir espaço para uma recuperação, diz Mendonça de Barros.
Mas em prazos mais longos, o que importa é o que o analista político Ricardo Sennes, da Prospectiva, chamou de o fim de dois ciclos: econômico e político.
Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e sócio do BTG Pactual, destacou que uma das expressões destes ciclos (e que terá que ser revertida) é o aumento explosivo do crédito direcionado:
"Se boa parte do crédito é aliado à taxas subsidiadas, o Banco Central tem que aumentar a Selic. Tornar o custo de capital mais barato começa e termina com subsídios. A intervenção estatal com um objetivo ingênuo fez com que todos pagassem mais juros".
Ele disse que este e outros fracassos de um modelo intervencionista – a chamada “nova matriz econômica” do primeiro mandato de Dilma – são hoje a "pré-condição de uma nova maneira econômica do mercado funcionar”.
Ou como colocou Mendonça: “Foi-se a época que uma viagem para Brasília custava menos do que trocar máquinas”.
São Paulo – "Hoje, até aprovar parabéns para você no Congresso está difícil”, diz José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de política econômica e sócio da MB Associados.
Em debate no EXAME Fórum, o economista disse que temos hoje "além de um governo fraco, uma situação econômica pior do que todos previam" e com crise inédita em 6 setores-chave: petróleo, energia elétrica, automotivo, bens de capital, açúcar e álcool.
Nem todas as empresas devem conseguir “atravessar esse deserto”; estão em vantagem aquelas com balanços fortes, boa produtividade e recursos de capital humano.
É só em meados de 2016 que a queda da inflação e a estabilização do câmbio permitirão cortar novamente os juros e abrir espaço para uma recuperação, diz Mendonça de Barros.
Mas em prazos mais longos, o que importa é o que o analista político Ricardo Sennes, da Prospectiva, chamou de o fim de dois ciclos: econômico e político.
Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e sócio do BTG Pactual, destacou que uma das expressões destes ciclos (e que terá que ser revertida) é o aumento explosivo do crédito direcionado:
"Se boa parte do crédito é aliado à taxas subsidiadas, o Banco Central tem que aumentar a Selic. Tornar o custo de capital mais barato começa e termina com subsídios. A intervenção estatal com um objetivo ingênuo fez com que todos pagassem mais juros".
Ele disse que este e outros fracassos de um modelo intervencionista – a chamada “nova matriz econômica” do primeiro mandato de Dilma – são hoje a "pré-condição de uma nova maneira econômica do mercado funcionar”.
Ou como colocou Mendonça: “Foi-se a época que uma viagem para Brasília custava menos do que trocar máquinas”.