Crescimento da economia chinesa estabiliza no 2º trimestre
A segunda economia mundial cresceu em 2014 cerca de 7,4%, seu pior resultado em quase 25 anos e para 2015 a meta de Pequim é crescer "em torno de 7%"
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2015 às 16h40.
A economia da China se estabilizou no segundo trimestre graças à produção industrial e às vendas em junho, mas essa melhora, favorecida pelas medidas de apoio de Pequim e pela alta da Bolsa, continua sendo frágil.
O Produto Interno Bruto ( PIB ) chinês cresceu 7% de abril a junho, superando as previsões de 14 especialistas consultados pela AFP, que estimavam um crescimento de 6,9%.
A segunda economia mundial cresceu em 2014 cerca de 7,4%, seu pior resultado em quase 25 anos e para 2015 a meta de Pequim é crescer "em torno de 7%".
Este resultado do segundo trimestre "se deveu em parte aos ganhos do setor financeiro, já que a atividade da Bolsa disparou, comentou Yang Zhao, economista da Nomura. "Mas este apoio poderia evaporar rapidamente".
O entusiasmo desenfreado na Bolsa gerou uma verdadeira bolha, antes da queda acentuada de meados de junho. A Bolsa de Xangai recuou 30% em três semanas, apesar da alta de 150% em um ano.
"O PIB reflete a aceleração do setor financeiro, embora também haja muitos indicadores positivos na economia como um todo", explica Julian Evans-Pritchard, do Capital Economics.
"Embora o dado oficial de crescimento possivelmente esteja supervalorizado em relação à realidade, há bons motivos para acreditar em uma verdadeira estabilização da atividade", garante.
Recuperação 'tortuosa'
O Instituto Nacional de Estatísticas (BNS) anunciou nesta quarta-feira uma nova aceleração da produção industrial em junho, com um avanço de 6,8% em um ano em relação aos 6,1% de maio.
As vendas cresceram 10,6% anuais, mais do que em maio.
"Os principais indicadores apontam que o crescimento se estabilizou e está preparado para acelerar-se", explicou Sheng Laiyun, porta-voz da Oficina Nacional de Estatísticas.
"Entretanto, a demanda interior assim como a internacional ainda vivem um contexto difícil e a recuperação econômica mundial é lenta e tortuosa", advertiu.
Os dados de comércio exterior para junho refletem um panorama muito moderado. As exportações chinesas tiveram um aumento tímido (+2,1% ao ano), enquanto as importações continuam em baixa, com um recuo de 6,7%.
Com uma contração de quase 7% do comércio exterior no primeiro semestre, este pilar tradicional do crescimento dá sinal de fraqueza.
Em relação à atividade industrial na China, houve nova contração em junho, de acordo com o indicador PMI publicado pelo banco HSBC. Já o indicador do governo manteve-se estável.
Confiança em queda
O Banco Central da China (PBOC) não para de multiplicar as medidas monetárias e cortou em quatro ocasiões desde novembro as taxas de juros e a proporção das encaixes compulsórios dos bancos, a fim de estimulá-los a a ampliar o crédito.
Pequim também tenta reduzir a pressão do endividamento dos governos locais. Todas essas medidas contribuíram com a melhora da economia em junho.
"Os indicadores de atividade (no trimestre) continuam sendo bastante decepcionantes", afirmou Li-Gang Liu, analista do banco ANZ.
Os investimentos em capital fixo (que financiam infraestrutura) cresceram 11,4% no primeiro semestre, segundo o BNS. "Está muito abaixo da meta oficial de 15% no ano", disse Liu.
"Enquanto o risco de deflação continua alto e a confiança se deteriora fortemente, devido ao crash da Bolsa, o PBOC terá que continuar se mostrando flexível", considera.
Vários analistas esperam para dezembro um novo corte dos juros, e mais uma, ou até duas, mudanças no encaixe compulsório dos bancos.
Pequim promove uma mudança no modelo econômico, incentivando o consumo, os serviços e o setor privado, mas as autoridades se esforçam abertamente para prevenir uma queda brutal e preservar o emprego.
A economia da China se estabilizou no segundo trimestre graças à produção industrial e às vendas em junho, mas essa melhora, favorecida pelas medidas de apoio de Pequim e pela alta da Bolsa, continua sendo frágil.
O Produto Interno Bruto ( PIB ) chinês cresceu 7% de abril a junho, superando as previsões de 14 especialistas consultados pela AFP, que estimavam um crescimento de 6,9%.
A segunda economia mundial cresceu em 2014 cerca de 7,4%, seu pior resultado em quase 25 anos e para 2015 a meta de Pequim é crescer "em torno de 7%".
Este resultado do segundo trimestre "se deveu em parte aos ganhos do setor financeiro, já que a atividade da Bolsa disparou, comentou Yang Zhao, economista da Nomura. "Mas este apoio poderia evaporar rapidamente".
O entusiasmo desenfreado na Bolsa gerou uma verdadeira bolha, antes da queda acentuada de meados de junho. A Bolsa de Xangai recuou 30% em três semanas, apesar da alta de 150% em um ano.
"O PIB reflete a aceleração do setor financeiro, embora também haja muitos indicadores positivos na economia como um todo", explica Julian Evans-Pritchard, do Capital Economics.
"Embora o dado oficial de crescimento possivelmente esteja supervalorizado em relação à realidade, há bons motivos para acreditar em uma verdadeira estabilização da atividade", garante.
Recuperação 'tortuosa'
O Instituto Nacional de Estatísticas (BNS) anunciou nesta quarta-feira uma nova aceleração da produção industrial em junho, com um avanço de 6,8% em um ano em relação aos 6,1% de maio.
As vendas cresceram 10,6% anuais, mais do que em maio.
"Os principais indicadores apontam que o crescimento se estabilizou e está preparado para acelerar-se", explicou Sheng Laiyun, porta-voz da Oficina Nacional de Estatísticas.
"Entretanto, a demanda interior assim como a internacional ainda vivem um contexto difícil e a recuperação econômica mundial é lenta e tortuosa", advertiu.
Os dados de comércio exterior para junho refletem um panorama muito moderado. As exportações chinesas tiveram um aumento tímido (+2,1% ao ano), enquanto as importações continuam em baixa, com um recuo de 6,7%.
Com uma contração de quase 7% do comércio exterior no primeiro semestre, este pilar tradicional do crescimento dá sinal de fraqueza.
Em relação à atividade industrial na China, houve nova contração em junho, de acordo com o indicador PMI publicado pelo banco HSBC. Já o indicador do governo manteve-se estável.
Confiança em queda
O Banco Central da China (PBOC) não para de multiplicar as medidas monetárias e cortou em quatro ocasiões desde novembro as taxas de juros e a proporção das encaixes compulsórios dos bancos, a fim de estimulá-los a a ampliar o crédito.
Pequim também tenta reduzir a pressão do endividamento dos governos locais. Todas essas medidas contribuíram com a melhora da economia em junho.
"Os indicadores de atividade (no trimestre) continuam sendo bastante decepcionantes", afirmou Li-Gang Liu, analista do banco ANZ.
Os investimentos em capital fixo (que financiam infraestrutura) cresceram 11,4% no primeiro semestre, segundo o BNS. "Está muito abaixo da meta oficial de 15% no ano", disse Liu.
"Enquanto o risco de deflação continua alto e a confiança se deteriora fortemente, devido ao crash da Bolsa, o PBOC terá que continuar se mostrando flexível", considera.
Vários analistas esperam para dezembro um novo corte dos juros, e mais uma, ou até duas, mudanças no encaixe compulsório dos bancos.
Pequim promove uma mudança no modelo econômico, incentivando o consumo, os serviços e o setor privado, mas as autoridades se esforçam abertamente para prevenir uma queda brutal e preservar o emprego.