Economia

Crédito para empresas: nova tentativa do governo para o mercado

Indiferente à boa vontade do Banco Central, o mercado financeiro brasileiro deve encerrar a semana sem conseguir se equilibrar. Apesar da abertura de novas linhas de crédito externo para as empresas nacionais e da mudança de regra dos fundos de investimento --duas ações do BC que eram esperadas pelo mercado-- o dólar fechou em alta, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.

Indiferente à boa vontade do Banco Central, o mercado financeiro brasileiro deve encerrar a semana sem conseguir se equilibrar. Apesar da abertura de novas linhas de crédito externo para as empresas nacionais e da mudança de regra dos fundos de investimento --duas ações do BC que eram esperadas pelo mercado-- o dólar fechou em alta, assim como o risco-país.

O mercado ainda aguarda o detalhamento sobre as novas linhas de crédito às empresas exportadoras que serão abertas pelo BC via bancos. Já foi anunciado que BNDES vai ampliar, ainda neste mês, seus financiamentos aos exportadores em 1 bilhão de dólares e poderá usar 1 bilhão até dezembro.

Sem crédito na praça, empresas brasileiras não conseguem rolar suas dívidas e precisam quitá-las. E esse parece ser agora o maior problema dentro do mercado financeiro, que está elevando inclusive o valor do dólar por falta da moeda. De acordo com os analistas do BBV Banco, a remessa de divisas para o exterior por meio das contas CC-5 aumentou no mês de julho. Foram remetidos 1,2 bilhão de dólares em julho, contra 605 milhões no mês anterior. No acumulado do ano, já foram remetidos, via CC-5, 3,8 bilhões, um aumento de 29% no comparativo com o mesmo período de 2001.

Quanto às mudanças nos fundos, a medida foi suficiente para acalmar o mercado apenas por algumas horas. É verdade que a ação do BC sobre os fundos resolve, em parte, um problema que vinha incomodando o mercado há dois meses. "O BC está tentando corrigir um erro cometido no final de maio", diz o Llotds TSB. Foi quando houve o primeiro ajuste nos fundos, o que gerou perdas expressivas aos investidores. Os saques aumentaram --para 53 bilhões de reais ao ano-- e os gestores dos fundos foram obrigados a se desfazer de papéis públicos para atender às retiradas.

"É certo que o risco político, em função das eleições, deu margem ao crescimento dos temores do mercado, mas a alternativa adotada pelo BC em maio foi, a nosso ver, a origem das dificuldades crescentes que a autoridade monetária encontrou para financiar a dívida pública", afirmam os analistas do banco.

O Banco Central vai realizar nesta sexta-feira mais um leilão de encurtamento de prazo dos títulos públicos. A iniciativa faz parte do pacote anunciado na quarta-feira pelo diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, para fortalecer reequilibrar a rentabilidade dos fundos de investimento e conter os saques dessas aplicações.

Entre as medidas que foram anunciadas estava a permissão para que papéis com vencimento em até um ano sejam novamente contabilizados pelo valor de compra mais juros, e não pelo preço de mercado.

O leilão permitirá justamente que os fundos troquem seus papéis longos --que são mais voláteis-- por títulos mais curtos e estáveis, que não precisam ser marcados pelo valor de mercado.

Eleições

Duas pesquisas foram registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e devem ser divulgadas neste final de semana. As pesquisas são do Vox Populi e do Datafolha, com coleta de informações entre 15 e 16 de agosto. A última pesquisa Vox Populi mostrou Lula com 34% das intenções de voto, Ciro com 29%, Serra com 12% e Garotinho com 9%.

A última Datafolha mostrou Lula com 33%, Ciro com 28%, Serra com 16% e Garotinho com 11%. As margems de erro dessas pesquisas foram de 2,2% e 2%, respectivamente.

Indicadores

O único indicador econômico previsto para hoje é o índice de produção industrial regional, calculado pelo IBGE. A expectativa do mercado é de aumento na produção na maioria das localidades pesquisadas.

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