Economia

Coronavírus leva a pior resultado em 11 anos na indústria europeia

Nesta quarta-feira, também serão divulgados índices de atividade industrial nos Estados Unidos e no Brasil

Fábrica da Wolkswagen em Lisboa: parte da produção paralisada (Rafael Marchante/Reuters)

Fábrica da Wolkswagen em Lisboa: parte da produção paralisada (Rafael Marchante/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2020 às 06h24.

Última atualização em 1 de abril de 2020 às 07h16.

Depois de um mês caracterizado pelo avanço da pandemia da covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, chegou a hora de conhecer como a restrição à circulação de pessoas e o fechamento do comércio está impactando a economia nessas regiões e, em especial, a indústria. Na madrugada desta quarta-feira, 1, começaram a ser divulgados indicadores de atividade industrial da Europa e da Ásia, e números de Brasil e Estados Unidos também saem ao longo do dia.

Na Europa, o índice de gestores de compras (PMI) industrial medido pela consultoria IHS Markit foi de 49,2 em fevereiro para 44,5 em março, segundo resultado divulgado nesta madrugada. É o pior resultado desde 2012, em plena crise da zona do euro. A barreira que separa crescimento de contração costuma ser fixada em 50, bem acima do resultado europeu.

A Alemanha, maior economia europeia e cuja indústria representa um quinto da economia, teve a pior queda desde 2009. O país viu seu PMI cair de 48 para 45,4, uma queda somente pouco menor do que a média europeia. No Reino Unido, segunda maior economia, o PMI foi de 51,7 para 47,8, o menor desde 2012. A atividade da indústria europeia foi prejudicada pela queda na demanda por exportações, sobretudo da China, além de desafios logísticos e falta de matéria-prima em meio ao coronavírus.

O índice PMI é baseado numa pesquisa com gerentes de compras e executivos da cadeia de fornecimento das empresas, é um dos principais indicadores sobre a atividade industrial de um país.

Mais cedo, na Ásia, os resultados também foram de quedas bruscas em países como Japão, Coreia do Sul, Vietnã e Filipinas. O PMI do Japão foi de 44,8 (ante 47,8 em fevereiro) e na Coreia do Sul, de 44,2 (ante 48,7).

Na terça-feira, 31, os resultados de PMI da China mostraram alta marginal em comparação à fevereiro, quando aconteceu o auge da crise no país. O resultado foi o suficiente para animar os mercados ontem, mas toda a indústria da Ásia deve sofrer grandes desafios nos próximos meses em meio à queda na demanda global.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, deverá ser divulgado às 11h o PMI industrial do país. A estimativa do mercado é de um resultado de 45 pontos, o que indica uma retração da indústria.

Passando para o Brasil, às 9h o IBGE divulga os dados sobre a produção industrial do mês de fevereiro, portanto, antes de a epidemia do novo coronavírus causar uma paralisação da atividade no país. O resultado, entanto, deve mostrar qual foi o impacto para a indústria como um todo da interrupção da cadeia de produção provocada pela falta de peças e componentes comprados especialmente da China.

O resultado anterior, de janeiro, mostrou uma expansão mensal de 0,9%. Tanto no Brasil quanto nos países ricos, os números desta quarta-feira são uma amostra do que os próximos indicadores econômicos podem trazer sobre o impacto econômico da pandemia.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEuropaExame HojeIndústria

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor