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Copom mantém juro em 18% devido a ;incertezas na economia;

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros em 18% ao ano, com viés de baixa. A decisão indica que o Banco Central pode, nos próximos 30 dias, reduzir os juros quando julgar necessário. A decisão não surpreendeu o mercado. A maioria dos analistas apostavam […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros em 18% ao ano, com viés de baixa.

A decisão indica que o Banco Central pode, nos próximos 30 dias, reduzir os juros quando julgar necessário. A decisão não surpreendeu o mercado. A maioria dos analistas apostavam que o Banco Central iria manter a taxa de juros em 18%.

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"As incertezas na economia aumentaram desde a última reunião do Copom. Entretanto, fatos recentes reforçam a perspectiva de melhoria no cenário, confirmando-se a previsão de inflação para 2003 abaixo da meta. Diante disso, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 18% ao ano, com viés de baixa", diz a nota divulgada ao final da reunião do Copom.

De acordo com o Lloyds TSB, os motivos que sugerem a manutenção da taxa no patamar atual são mais relevantes do que os que indicariam uma possível queda. O núcleo de inflação continua em cerca de 0,5% ao mês neste ano e a taxa acumulada em 12 meses chega a 7%, bem acima, portanto, da meta para 2003.

Em julho, a inflação medida pelo IPCA foi de 1,19%, a mais alta taxa em um ano, em parte devido à valorização do dólar frente ao real. O indicador é usado pelo governo como referência do sistema de metas inflacionárias.

O BC não deve passar a idéia de que deixará de tentar atingir a meta estabelecida para o ano que vem, ainda que a tarefa para 2002 seja difícil mesmo depois da alteração negociada com o FMI , afirmam os analistas do banco. Além disso, o real está desvalorizado e a inflação corrente tem ficado acima do esperado o que reflete em alguns produtos os impactos dessa forte desvalorização, apesar da fragilidade da recuperação econômica. Portanto, mesmo considerando que a taxa básica continua elevada, é razoável supor que o Copom não vá reduzir o juro neste mês, ainda que não seja impossível a adoção do viés de baixa.

A favor da queda da taxa básica de juros, existiria, por exemplo, a fragilidade da atividade econômica, que limita o repasse da desvalorização cambial. Além disso, o novo acordo com o FMI alterou a meta de inflação para 2002, que subiu para 6,5% e o teto para 9%. A meta para 2003 já havia sido flexibilizada há poucas semanas (4% e teto de 6,5%).

Apesar de apostar na manutenção em 18%, o CSFB, "o BC teria espaço para reduzir os juros em 50 pontos base pois nossas simulações sugerem que, com taxa de câmbio de R$3,00/US$ e juros estáveis de 17,5% a previsão de inflação IPCA estaria abaixo da meta de inflação para 2003, de 4%". "Essa decisão seria justificada pela expectativa de que a taxa de câmbio se apreciará tão logo as incertezas do mercado se reduzam; haverá, no curto e médio prazos, baixo repasse da depreciação cambial para a inflação em função de um ambiente de fraca atividade econômica."

Segundo a agência de notícias Reuters, desde a última reunião do Copom, em 16 e 17 de julho, quando os juros foram reduzidos de 18,5% para 18% ao ano, o real se depreciou 7,32% em relação ao dólar. Nos últimos três dias, no entanto, o câmbio teve uma leve melhora e o real se valorizou 3,55%.

Pesquisa feita pela Reuters, na última semana, revelou que de um total de 22 instituições financeiras ouvidas, 20 apostavam na manutenção da taxa de juros e duas previam um corte de 0,50 ponto percentual. Apenas dois economistas previam o uso de viés.

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