Economia

Copom acredita que meta de inflação deveria passar para 9,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou, na ata de sua última reunião divulgada nesta quinta-feira (27/3), que resolveu adotar o viês de alta (que permite elevar os juros antes da reunião de abril) por acreditar que há riscos consideráveis para a concretização de trajetórias de inflação mais favoráveis, incluindo os riscos […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou, na ata de sua última reunião divulgada nesta quinta-feira (27/3), que resolveu adotar o viês de alta (que permite elevar os juros antes da reunião de abril) por acreditar que há riscos consideráveis para a concretização de trajetórias de inflação mais favoráveis, incluindo os riscos associados às incertezas externas com o início da guerra no Iraque.

Para o comitê, "há dúvidas sobre a velocidade de queda da inflação e a extensão da inércia inflacionária". A ata informa ainda que "quedas mais lentas da inflação podem até interromper o processo de convergência da inflação às suas metas, à medida que reajustes futuros de preços e salários podem se basear na inflação acumulada, e não na inflação corrente e esperada".

O Copom reavaliou a pressão dos preços administrados por contratos e monitorados sobre a meta de inflação ajustada de 8,5%, para este ano, e prevê que o aumento dessa pressão, "implicaria uma elevação da meta ajustada em 1 ponto percentual", de acordo com a metodologia já prevista na Carta Aberta do Presidente do Banco Central. O documento destaca, que "o Copom, entretanto, julga prematuro modificar a meta ajustada tendo em vista a alta volatilidade do preço internacional do petróleo e a conveniência de se esperar por uma melhor definição sobre as revisões tarifárias que impactam os preços administrados".

O Copom elevou de 8% para 12,4% a projeção para a variação de preços da gasolina para este ano. De acordo com o documento, "tendo em vista os reajustes ocorridos até fevereiro, essa hipótese implica estabilidade do preço da gasolina até o final do ano". A estimativa para as tarifas de energia elétrica residencial, para este ano, ficou praticamente inalterada, atingindo 27,5%, em comparação aos 27,1% previstos anteriormente.

Juros

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, avaliou que a manutenção da Taxa Selic (26,5%, ao ano) abre a possibilidade para a estabilização das taxas médias de juros cobradas nas operações de crédito. A maioria das taxas para essas operações aumentou em fevereiro. Lopes informou que os juros médios para a pessoa física, que atingiram 85% ao ano, no mês, foi a maior desde fevereiro de 2000. Acrescentou que as taxas médias cobradas das empresas, que ficaram em 37,4%, ao ano, em fevereiro, também foram as mais elevadas desde junho de 2000.

O BC afirmou que as taxas de juros dos bancos para as operações de crédito chegaram a 56,5% ao ano, em fevereiro, com elevação de 2,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior. No trimestre, a alta é de 6,3 pontos percentuais; no ano, de 5,5 pontos percentuais; e em 12 meses, de 7,5 pontos percentuais. As empresas pagaram em fevereiro juros médios de 37,4% ao ano. As taxas médias para as pessoas físicas alcançaram 85% ao ano, com aumento de 1,4 ponto percentual no mês; de 2,1 pontos percentuais no trimestre; de 1,5 ponto percentual no ano; e de 12,6 pontos percentuais em 12 meses.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos no cheque especial subiram 1,6 ponto percentual, em fevereiro, alcançando 173,1%, ao ano. A taxa elevou-se, no trimestre, em 12,2 pontos percentuais, no ano, em 9,2, e em 12 meses, em 12,7 pontos percentuais. Os juros médios do crédito pessoal chegaram a 98,9%, ao ano, em fevereiro, com incremento de 3,6 pontos percentuais, no mês, 5,6, no trimestre, 7,1, no ano, e 15,2 pontos percentuais, em 12 meses.

Já a taxa para aquisição de veículos caiu 0,7 ponto percentual, em fevereiro, ficando em 53,2%, no ano. Foram registradas reduções de 1,7 ponto percentual, no trimestre, e de 2,3 pontos percentuais, no ano. Em 12 meses, ocorreu majoração de 11,3 pontos percentuais.

A taxa média do spread (custo entre a captação e o repasse dos recursos), cobrada pelos bancos, em fevereiro, ficou em 31,8%, ao ano. No mês, a taxa elevou-se em 0,1 ponto percentual, caindo, no trimestre, em 0,1 ponto percentual. No ano, o spread foi elevado em 0,7 ponto percentual, em doze meses, em 1,9 ponto percentual. As empresas pagaram spread médio de 15,1%, ao ano, em fevereiro, com elevação de 0,2 ponto percentual, no período. Foram registradas quedas de 2,2 pontos percentuais, no trimestre, e de 1,2 ponto percentual, no ano. Em doze meses, a taxa aumentou 2,2 pontos percentuais.

O spread médio paras pessoas físicas, em fevereiro, chegou a 56,2%, ao ano, com redução, no mês, de 0,6 ponto percentual, e altas de 2,6 pontos percentuais, no trimestre, de 1,7 ponto percentual, no ano, e de 3,3 pontos percentuais, em doze meses. As informações constam de relatório divulgado pelo Banco Central.

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