Copa terá efeito passageiro na economia, diz Moody's
Pelo lado positivo, relatório da Moody's estima que 3,6 milhões de turistas virão ao país, o que contribuirá para aumentar receita de empresas de alguns setores
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 13h17.
São Paulo - A Copa do Mundo terá um efeito apenas "passageiro" para a economia brasileira, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira, 31, pela agência de classificação de riscos Moody's e assinado pelos analistas Barbara Mattos, Gersan Zurita e Marianna Waltz.
"O torneio vai chamar a atenção do mundo. Mas um investimento estimado em US$ 11,1 bilhões é pequeno em comparação com o tamanho de US$ 2,2 trilhões da economia do Brasil", afirmam os analistas, lembrando que o evento dura só 32 dias.
Além disso, os analistas alertam que a oportunidade de o país ganhar visibilidade internacional corre o risco de ser maculada por uma possível onda de manifestações nas ruas e projetos de infraestrutura que não tenham ficado prontos a tempo da Copa.
Pelo lado positivo, o relatório da Moody's estima que 3,6 milhões de turistas virão ao país, o que contribuirá para aumentar a receita de empresas de alguns setores, como alimentos, bebidas, hotelaria e locação de veículos.
Outro ponto favorável será o ganho com a exposição global na mídia por meio de peças publicitárias, beneficiando, principalmente, grandes corporações como Coca-Cola, Oi e Anheuser-Busch InBev. A maior demanda por publicidade na mídia ainda vai turbinar a receita de emissoras de rádio e televisão.
Pelo lado negativo, os analistas lembram que problemas locais como trânsito pesado, possíveis protestos da população e dispensas de trabalhadores em dias de jogos importantes nas cidades sedes e/ou na TV vão pesar sobre os negócios de outros setores.
Nesse caso, a atividade industrial deverá ser prejudicada, afirmam os analistas, citando os setores de mineração, siderurgia, e papel e celulose.
As prováveis mudanças nas rotinas da população e da mobilidade nas cidades também podem desestimular consumidores a visitarem shopping centers, o que afetará as operadoras dos empreendimentos e algumas varejistas, estimam os analistas.
Já em outros setores, a Copa do Mundo causará efeitos diversos. Para aviação, por exemplo, é esperado um aumento no volume de passageiros transportados, mas limitações nos preços de passagens pressionarão a rentabilidade das companhias aéreas.
Nesse setor, a Gol contará com a vantagem de ter se tornado a patrocinadora oficial da seleção brasileira de futebol, no lugar da TAM, e se beneficiará da exposição da marca.
Em relação aos gastos para melhorar a infraestrutura local, os analistas da Moody's observam que os projetos da Copa correspondem a apenas uma fatia do total de investimentos em andamento no Brasil.
O relatório calcula que os aportes para melhoria de estádios, aeroportos, portos e mobilidade urbana equivalem a apenas 0,7% do que será investido no país entre os anos de 2010 e 2014.
"O efeito é positivo para as empresas de infraestrutura, mas muito desse impacto já foi sentido", ponderam. Dentre as empresas beneficiadas, eles citam a Invepar e as construtoras Andrade Gutierrez, OAS e Mendes Júnior, que assumiram projetos importantes de infraestrutura.
São Paulo - A Copa do Mundo terá um efeito apenas "passageiro" para a economia brasileira, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira, 31, pela agência de classificação de riscos Moody's e assinado pelos analistas Barbara Mattos, Gersan Zurita e Marianna Waltz.
"O torneio vai chamar a atenção do mundo. Mas um investimento estimado em US$ 11,1 bilhões é pequeno em comparação com o tamanho de US$ 2,2 trilhões da economia do Brasil", afirmam os analistas, lembrando que o evento dura só 32 dias.
Além disso, os analistas alertam que a oportunidade de o país ganhar visibilidade internacional corre o risco de ser maculada por uma possível onda de manifestações nas ruas e projetos de infraestrutura que não tenham ficado prontos a tempo da Copa.
Pelo lado positivo, o relatório da Moody's estima que 3,6 milhões de turistas virão ao país, o que contribuirá para aumentar a receita de empresas de alguns setores, como alimentos, bebidas, hotelaria e locação de veículos.
Outro ponto favorável será o ganho com a exposição global na mídia por meio de peças publicitárias, beneficiando, principalmente, grandes corporações como Coca-Cola, Oi e Anheuser-Busch InBev. A maior demanda por publicidade na mídia ainda vai turbinar a receita de emissoras de rádio e televisão.
Pelo lado negativo, os analistas lembram que problemas locais como trânsito pesado, possíveis protestos da população e dispensas de trabalhadores em dias de jogos importantes nas cidades sedes e/ou na TV vão pesar sobre os negócios de outros setores.
Nesse caso, a atividade industrial deverá ser prejudicada, afirmam os analistas, citando os setores de mineração, siderurgia, e papel e celulose.
As prováveis mudanças nas rotinas da população e da mobilidade nas cidades também podem desestimular consumidores a visitarem shopping centers, o que afetará as operadoras dos empreendimentos e algumas varejistas, estimam os analistas.
Já em outros setores, a Copa do Mundo causará efeitos diversos. Para aviação, por exemplo, é esperado um aumento no volume de passageiros transportados, mas limitações nos preços de passagens pressionarão a rentabilidade das companhias aéreas.
Nesse setor, a Gol contará com a vantagem de ter se tornado a patrocinadora oficial da seleção brasileira de futebol, no lugar da TAM, e se beneficiará da exposição da marca.
Em relação aos gastos para melhorar a infraestrutura local, os analistas da Moody's observam que os projetos da Copa correspondem a apenas uma fatia do total de investimentos em andamento no Brasil.
O relatório calcula que os aportes para melhoria de estádios, aeroportos, portos e mobilidade urbana equivalem a apenas 0,7% do que será investido no país entre os anos de 2010 e 2014.
"O efeito é positivo para as empresas de infraestrutura, mas muito desse impacto já foi sentido", ponderam. Dentre as empresas beneficiadas, eles citam a Invepar e as construtoras Andrade Gutierrez, OAS e Mendes Júnior, que assumiram projetos importantes de infraestrutura.