Construção de moradias cai e inflação acelera nos EUA
WASHINGTON (Reuters) - O início de construção de moradias nos Estados Unidos caiu inesperadamente em dezembro, provavelmente resultado do tempo frio, enquanto os preços no atacado do país subiram pelo terceiro mês seguido. O Departamento do Comércio norte-americano disse nesta quarta-feira que o início de construção de moradias caiu 4 por cento, para uma taxa […]
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2010 às 14h58.
WASHINGTON (Reuters) - O início de construção de moradias nos Estados Unidos caiu inesperadamente em dezembro, provavelmente resultado do tempo frio, enquanto os preços no atacado do país subiram pelo terceiro mês seguido.
O Departamento do Comércio norte-americano disse nesta quarta-feira que o início de construção de moradias caiu 4 por cento, para uma taxa anual com ajustes sazonais de 557 mil unidades. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam que o início de construção de moradias crescesse para 580 mil unidades.
O número de alvarás, porém, subiu em dezembro.
"À primeira vista, o início de construção de moradias foi decepcionante. Mas ele foi ofuscado por um grande avanço nos alvarás. O dado sugere um ganho continuado na construção de moradias nos próximos meses", disse Michelle Meyer, economista do Barclays Capital em Nova York.
O início de construção de moradias em novembro foi revisado para cima, para 580 mil unidades, do anteriormente divulgado de 574 mil unidades.
Um outro relatório do Departamento do Trabalho mostrou que os preços ao produtor subiram 0,2 por cento no mês passado, puxados pelo aumento nos alimentos, e registraram seu maior ganho anual desde outubro de 2008.
A atividade de construção caiu em taxa recorde de 38,8 por cento, para a mínima histórica de 553 mil unidades em 2009.
O início de construção de unidades residenciais para uma família caiu 6,9 por cento no mês passado, para uma taxa anual de 456 mil unidades, após subir 4 por cento em novembro. A construção no segmento de unidades para mais de uma família subiu 12,2 por cento, para um ritmo anual de 101 mil unidades, após ter subido 69,8 por cento em novembro.
O setor imobiliário está melhorando após ficar em queda por três anos, e o início de novas construções contribuiu para o crescimento econômico no terceiro trimestre de 2009 pela primeira vez desde 2005.
Contudo, dados como as vendas pendentes de moradias e a confiança das construtoras sugerem uma potencial fraqueza no setor, cujo colapso iniciou a pior recessão econômica desde a Grande Depressão nos anos 1930.
E apesar de os preços no atacado terem subido pelo terceiro mês seguido, as pressões inflacionárias continuam controladas.
O controle das pressões inflacionárias controladas e os problemas remanescentes do mercado imobiliário devem permitir que o Federal Reserve honre sua promessa de manter as taxas de juros baixas por "um período estendido."
As autoridades vão se reunir nos dias 26 e 27 de janeiro para discutir sobre a política monetária.
O número de novos alvarás, que dá uma noção das futuras construções de moradias, subiu 10,9 por cento para 653 mil no mês passado, o nível mais alto desde outubro de 2008.
Analistas previam 590 mil unidades. Em 2009 como um todo, o número de alvarás foi 36,9 por cento menor, disse o departamento.
A quantidade total de casas em construção caiu 3,8 por cento para a mínima recorde de 511 mil unidades no mês passado, enquanto o número total de construções autorizadas mas não iniciadas subiu 8,4 por cento para 95.800 unidades.
Em outro relatório, a Associação de Bancos de Hipotecas disse que a demanda por empréstimos imobiliários nos EUA subiu na semana passada pela terceira semana seguida, com o refinanciamento sendo incentivado pela queda nas taxas hipotecárias à mínima em um mês.
O índice de aplicações totais em empréstimos imobiliários subiu 9,1 por cento para um número sazonalmente ajustado de 575,9. O aumento foi causado pelo avanço de 10,7 por cento no índice de refinanciamento, enquanto a procura por empréstimos de compra de imóveis subiu 4,4 por cento para 223.
A taxa média de hipotecas de 30 anos caiu para 5 por cento na semana passada, disse a associação.
(Reportagem de Lucia Mutikani e Lisa Lambert em Washington e de Lynn Adler e Julie Haviv em Nova York)