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Competitividade também é vítima da crise

Para professor, a retração dos investimentos vai reduzir o poder competitivo de países e empresas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2009 às 17h21.

Uma das maiores vítimas da crise mundial deve ser a competitividade, tanto das economias como das empresas. A conclusão é do professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena a realização do relatório anual sobre competitividade internacional do Brasil, em conjunto com o Fórum Econômico Mundial.

Arruda, que divulgou nesta quarta-feira no Rio de Janeiro os resultados do estudo realizado em 2008, já está trabalhando sobre os dados captados neste ano por sua equipe de pesquisadores.

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"A retração dos investimentos afeta fortemente o poder competitivo dos países e das empresas", diz Arruda. "Por isso o momento é ideal para superar alguns dos nossos principais problemas e ganhar espaço quando a crise acabar."

O relatório sobre os efeitos da crise sobre a competitividade da economia brasileira e a de outros 134 países só será divulgado em setembro.

Os números apurados em 2008 mostraram que houve uma evolução. O Brasil subiu quatro posições no ranking, passando de 68º para 64º entre 135 países pesquisados. O Chile é o 28º país mais competitivo do mundo, e a China, o 30º.

O estudo divulgado relaciona apenas países que, segundo o Fórum, tem características semelhantes. Entre os países que são comparados com o Brasil estão a Turquia (63ª do ranking), a Espanha (29ª) e a Índia (50ª).

Para o coordenador do estudo, o Brasil tem que reforçar setores em que é forte, como o ambiente corporativo altamente profissionalizado, o potencial de inovação e o de transformação do meio ambiente em diferencial econômico.

"Nós temos algumas das melhores empresas do mundo e somos fortes no agronegócio, por exemplo. Mas produzimos muito pouca pesquisa de ponta, mesmo nos setores em que somos líderes", diz o pesquisador. Um dos principais problemas a ser atacado, segundo o relatório, são as deficiências em infra-estrutura.

Segundo outro especialista da Dom Cabral, Paulo Resende, os investimentos previstos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) não são suficientes para elevar a competitividade da nossa economia.

Resende afirma que, apara os investimentos em infra-estrutura deslancharem, é preciso facilitar o investimento privado através de um marco regulatório mais claro e confiável. Melhorar a qualidade das instituições, para os organizadores do estudo, também deveria ser prioridade para o Brasil.

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