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Comitê alerta sobre o não financiamento da dívida japonesa

Segundo comitê do governo, "não há absolutamente nenhuma garantia" de que os investidores domésticos irão continuar financiando a dívida pública maciça do país

Taro Aso: alerta do comitê de recomendações para o ministro das Finanças ocorre em um momento crítico - quando o mercado de títulos do governo tem visto os preços caírem (Issei Kato/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 12h13.

Tóquio - Um comitê do governo japonês alerta que "não há absolutamente nenhuma garantia" de que os investidores domésticos irão continuar financiando a dívida pública maciça do país, citando o risco de redução nos yields de títulos que pode prejudicar as perspectivas de crescimento de longo prazo, segundo esboço de relatório visto pela Reuters.

O alerta do comitê de recomendações para o ministro das Finanças, Taro Aso, ocorre em um momento crítico --quando o mercado de títulos do governo tem visto os preços caírem, destacando um difícil equilíbrio para o governo do primeiro-ministro, Shinzo Abe.

Abe vem anunciando grandes estímulos fiscais e monetários para impulsionar o crescimento no curto prazo, levando para cima os preços das ações. Mas ao mesmo tempo, ele está tentando convencer os investidores de que no longo prazo, o Japão irá conseguir lidar com uma dívida pública que, num nível superior ao dobro da atividade econômica anual do país, é a maior no mundo desenvolvido.

A possibilidade de o Japão colocar sua situação fiscal em ordem será a chave para determinar se o impulso anterior do "Abenomics", como é conhecida a política econômica de Abe, pode ser traduzido em crescimento sustentável e equilibrado para a terceira maior economia do mundo.

A alta nos preços das ações de Tóquio nos meses recentes tem sido fortemente influenciada por investidores estrangeiros apostando que Abe pode acabar com 15 anos de deflação e crescimento fraco.

Em contraste, os títulos da dívida do governo de longo prazo (JGB, na sigla em inglês) --dos quais mais de 90 por cento estão nas mãos de investidores japoneses-- tinham sido até recentemente pouco alterados pelos planos de estímulos do governo e pelo "quantitative easing" (programa de compra de títulos) maciço do Banco do Japão, banco central do país.

O esboço de 31 páginas do Conselho do Sistema Fiscal nota que o Japão vem prometendo repetidas vezes ao G20, grupo das maiores economias, que irá reduzir pela metade seu déficit orçamentário, excluindo os custos do serviço da dívida, ao longo de cinco anos até março de 2016.

O esboço do relatório diz que a disciplina fiscal é vital para evitar espalhar os temores de que o BC japonês, com seu enorme montante de compras, esteja dando ao governo cheque em branco para gastos exacerbados.

O relatório é preliminar e pode mudar antes que o comitê de 30 membros apresente-o a Aso por volta do fim do mês.

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Abe vem anunciando grandes estímulos fiscais e monetários para impulsionar o crescimento no curto prazo, levando para cima os preços das ações. Mas ao mesmo tempo, ele está tentando convencer os investidores de que no longo prazo, o Japão irá conseguir lidar com uma dívida pública que, num nível superior ao dobro da atividade econômica anual do país, é a maior no mundo desenvolvido.

A possibilidade de o Japão colocar sua situação fiscal em ordem será a chave para determinar se o impulso anterior do "Abenomics", como é conhecida a política econômica de Abe, pode ser traduzido em crescimento sustentável e equilibrado para a terceira maior economia do mundo.

A alta nos preços das ações de Tóquio nos meses recentes tem sido fortemente influenciada por investidores estrangeiros apostando que Abe pode acabar com 15 anos de deflação e crescimento fraco.

Em contraste, os títulos da dívida do governo de longo prazo (JGB, na sigla em inglês) --dos quais mais de 90 por cento estão nas mãos de investidores japoneses-- tinham sido até recentemente pouco alterados pelos planos de estímulos do governo e pelo "quantitative easing" (programa de compra de títulos) maciço do Banco do Japão, banco central do país.

O esboço de 31 páginas do Conselho do Sistema Fiscal nota que o Japão vem prometendo repetidas vezes ao G20, grupo das maiores economias, que irá reduzir pela metade seu déficit orçamentário, excluindo os custos do serviço da dívida, ao longo de cinco anos até março de 2016.

O esboço do relatório diz que a disciplina fiscal é vital para evitar espalhar os temores de que o BC japonês, com seu enorme montante de compras, esteja dando ao governo cheque em branco para gastos exacerbados.

O relatório é preliminar e pode mudar antes que o comitê de 30 membros apresente-o a Aso por volta do fim do mês.

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