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Combate à inflação não pode ter juros escorchantes, diz PT

Segundo o presidente do partido, a inflação não pode ser combatida com "juros escorchantes" e não é possível retomar o crescimento com recessão

Rui Falcão, presidente do PT: "o PT não acredita que é possível retomar o crescimento provocando recessão" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2015 às 16h16.

São Paulo - O presidente do PT , Rui Falcão, defenderá no discurso de abertura do Congresso do partido, nesta quinta-feira, que a inflação não pode ser combatida com "juros escorchantes" e que também não é possível retomar o crescimento econômico com recessão.

Na abertura do Congresso em Salvador, que deve contar com a presença da presidente Dilma Rousseff, Falcão também afirmará que o custo do ajuste das contas públicas deve ser pago pelos mais ricos.

"Como já reiteramos anteriormente, o PT apoia o empenho da presidenta Dilma para enfrentar os desafios da conjuntura", dirá Falcão segundo discurso divulgado antecipadamente pelo partido.

"Mas considera vital que o custo de retificação das contas públicas recaia sobre quem mais tem condições de arcar com o custo do ajuste. É inconcebível, para nós, uma política econômica que seja firme com os fracos e frouxa com os fortes", acrescentou.

O governo enviou ao Congresso medidas de ajuste fiscal que restringem o acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas, como o seguro-desemprego, gerando críticas das centrais sindicais e inclusive de membros do PT.

O governo também propôs aumento de impostos e reversão de parte das desonerações concedidas no primeiro mandato da presidente Dilma para alguns setores econômicos.

O Banco Central, por sua vez, em meio a uma inflação persistentemente alta, elevou na semana passada pela sexta vez seguida a taxa básica de juros, que agora está em 13,75 por cento ao ano, maior patamar desde janeiro de 2009.

"O PT não acredita que é possível retomar o crescimento provocando recessão. Nem que se possa combater a inflação com juros escorchantes e desemprego de trabalhadores e máquinas."

A presidente, que antecipou sua volta de uma viagem internacional a Bruxelas para participar da abertura do Congresso petista, disse nesta quinta que o Congresso petista será de "reflexão", pois este é o momento atual.

São Paulo - A inflação do mês de maio, divulgada hoje pelo IBGE, ficou em 0,74%, levemente acima dos 0,71% registrados em abril. O acumulado dos primeiros 5 meses de 2015 ficou em 5,34%, maior resultado para o período desde 2003 e já superando o centro da meta para o ano inteiro (4,5%). No acumulado de 12 meses, a taxa já está em 8,47%. A explosão da inflação neste primeiro semestre não foi uma surpresa, já que preços administrados que estavam contidos há um bom tempo sofreram reajustes. É o caso da energia elétrica , que subiu 40% só este ano em média, fazendo explodir a alta do grupo Habitação. Já o grupo Transportes sofreu o impacto de altas de dois dígitos em metrô e ônibus urbano.  O foco do Banco Central agora é em trazer a inflação para o centro da meta em 2016, o que não acontece desde 2009. Veja a seguir os 9 grupos monitorados, com a alta no mês, no ano e nos últimos 12 meses.
  • 2. Habitação: EXPLODIU

    2 /11(Germano Luders/EXAME)

  • Veja também

    Altas
    Em maio1,22%
    Em 201511,50%
    Nos últimos 12 meses17,59%
  • 3. Educação: DISPAROU

    3 /11(Camila Souza/ GOVBA)

  • Altas
    Em maio0,06%
    Em 20157,28%
    Nos últimos 12 meses8,42%
  • 4. Despesas pessoais: DISPAROU

    4 /11(Stock.Xchange)

    Altas
    Em maio0,74%
    Em 20154,21%
    Nos últimos 12 meses8,13%
  • 5. Transportes: SUBIU BEM

    5 /11(Wikimedia Commons/A. Júnior)

    Altas
    Em maio-0,29%
    Em 20154,36%
    Nos últimos 12 meses7,03%
  • 6. Alimentação e Bebidas: SUBIU BEM

    6 /11(Dercílio / Saúde)

    Altas
    Em maio1,32%
    Em 20155,94%
    Nos últimos 12 meses8,80%
  • 7. Saúde e cuidados pessoais: SUBIU BEM

    7 /11(Christopher Furlong/Getty Images)

    Altas
    Em maio1,10%
    Em 20154,11%
    Nos últimos 12 meses7,39%
  • 8. Artigos de Residência: SUBIU

    8 /11(Divulgação)

    Altas
    Em maio0,36%
    Em 20151,97%
    Nos últimos 12 meses4,23%
  • 9. Vestuário: SUBIU

    9 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    Altas
    Em maio0,61%
    Em 20150,80%
    Nos últimos 12 meses3,37%
  • 10. Comunicação: ALIVIOU

    10 /11(Thinkstock)

    Altas
    Em maio0,17%
    Em 2015-0,56%
    Nos últimos 12 meses-1,12%
  • 11 /11(Pedro Kirilos/Riotur)

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