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Com crise internacional, petrolíferas não desistem da Venezuela

Nem a retórica anti-americana do presidente Hugo Chávez faz as grandes empresas desistirem de produzir localmente

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.

As grandes petrolíferas mundiais não se intimidaram coma permanência de Hugo Chávez - e seu anti-americanismo - na presidência da Venezuela. Nas últimas semanas, várias delas anunciaram grandes investimentos no país, os primeiros desde 2001, quandoChávez impôs leismais rígidaspara empresas estrangeiras e determinou que o Estado seja o principal acionista de qualquer projeto relacionado ao petróleo, além de aumentar os royalties de 16% para 20% a 30%.

Os investimentos chegam num momento em que os preços do petróleo estão em alta no mercado mundial e o fornecimentolimitado no curto prazo. A Venezuela tem a maior reserva de petróleo depois do Oriente Médio e, apesar das turbulênciaspolíticas, as empresas de petróleo nãotêm sido afetadas pelas disputas entre Chávez e seus opositores. Por isso mesmo opresidente venezuelano vem usando as grandes petrolíferas como proaganda da confiabilidade de seu governo, depois da folgada vitória de 59% contra 41% no referendo da semana passada sobre sua permanência no cargo.

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"A situação internacional deixa as empresas com poucas opções de investimento. Na comparação, a Venezuela parece atraente", disse Miguel Díaz, do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, de Washington, ao The Wall Street Journal.

De acordo com o jornal americano,Chávez precisa das grandes petroleiras tanto quanto as petroleiras precisam da Venezuela. A gigante estatal Petróleos de Venezuela S.A., ou PDVSA, ainda precisa voltar aos níveis de produção normais, depois da greve do ano passado e da subseqüente demissão de milhares de empregados pelo governo. Muitos analistas estimam que a Venezuela está produzindo cerca de 2,5 milhões de barris diários de petróleo, dos quais quase 1 milhão provenientes de empresas privadas. Antes da greve do ano passado, o país estava produzindo perto de 3 milhões de barris por dia.

"É uma situação de ganha-ganha para a Venezuela e as petrolíferas", disse Fadel Gheit, analista de gás e petróleo da corretora de Nova York Oppenheimer & Co, ao Wall Street. Gheit estima que, até a recente alta dos preços, as empresas costumavam calcular a média para os preços de exportação da Venezuela em cerca de 13 dólares por barril para saber se o investimento compensaria. Agora, a base subiu para cerca de 20 dólares por barril, diz. Os preços de exportação da Venezuela são geralmente alguns dólares mais baixos que os preços internacionais de referência.

A Chevron Texaco Corp. disse recentemente, ainda de acordo com o jornal, que estava negociando com o governo venezuelano uma melhoria no petróleo pesado para produzir 400 000 barris diários de petróleo sintético no país. O projeto poderia custar até 6 bilhões de dólares.

A petrolífera da Califórnia já lidera uma parceria com a ConocoPhillips na região do Orinoco, chamada Hamaca, que produz 160 000 barris diários de mescla de petróleo e pretende inaugurar nos próximos meses uma unidade com capacidade para mais 190 000 barris por dia de petróleo sintético. No início deste mês, a empresa deu início à perfuração para explorar gás natural na costa venezuelana projeto que pode custar200 milhões de dólaresnos próximos três anos.

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