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Cenário político dificulta revisão de rating brasileiro em 2005

De acordo com a consultoria Tendências, além de uma certa deterioração das condições macroeconômicas, a crise política também atrapalha

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

É bastante difícil que as agências internacionais de classificação de risco se disponham a melhorar a nota do Brasil neste ano. Além de uma certa deterioração das condições macroeconômicas, esperada para o segundo semestre, as agências também devem esperar pela solução da crise política, a fim de avaliar o país num momento mais calmo.

Diante das recentes melhoras dos indicadores econômicos do país, alguns analistas passaram a apostar em uma elevação do rating brasileiro ainda neste ano. O argumento é que as atuais notas (BB-, da Standard & Poor s; e B1, da Moody s) estão nos mesmos níveis de 1997 a 2001, quando o cenário econômico era mais desfavorável. Mas, para a consultoria Tendências, o mais provável é que a revisão da nota ocorra apenas no início do segundo semestre de 2006, quando a crise política detonada pelas denúncias de corrupção já estiver digerida e a corrida presidencial estiver mais definida.

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A consultoria também afirma que as agências internacionais costumam reagir mais lentamente a melhorias no cenário econômico. Desde 1995, por exemplo, as revisões da nota brasileira ocorrem em intervalos aproximados de dois anos. Como a Standard&Poor s e a Moody s reviram a situação do Brasil no segundo semestre de 2004, o mais provável é que a próxima reavaliação seja realizada apenas em meados de 2006.

Quadro desfavorável

Mesmo que as notas sejam revistas neste ano, seria difícil que o país obtivesse uma melhoria de seu rating. Segundo a Tendências, as agências internacionais costumam adotar, entre outras referências, os prêmios de risco praticados pelo mercado para a negociação de títulos soberanos.

"Como o espaço para novas melhorias no risco brasileiro parece pequeno, também se tornam menores as chances de uma melhoria de rating", afirma Roberto Padovani, um dos sócios da consultoria, em relatório divulgado nesta terça-feira (5/7). O motivo é que, nos próximos meses, é improvável que as variáveis que balizam as decisões dos investidores apresentem crescimento expressivo ou mesmo sustentável. Padovani espera, entre outros, uma certa deterioração da relação dívida/PIB, o reconhecimento de esqueletos fiscais e uma maior depreciação do câmbio.

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