Carros elétricos: EUA corta subsídios e os consumidores receberão menos incentivos fiscais
As regras provavelmente vão retardar a aceitação dos consumidores de veículos elétricos e podem atrasar a meta de Biden de ter um maior volume de carros elétricos no país
Redação Exame
Publicado em 31 de março de 2023 às 15h43.
Última atualização em 31 de março de 2023 às 16h19.
Menos veículos elétricos novos se qualificarão para o crédito fiscal federal dos Estados Unidos de US$ 7,5 mil neste ano, e muitos outros receberão apenas metade disso, de acordo com as regras propostas nesta sexta-feira, 31, pelo Departamento do Tesouro do país.
As regras, exigidas pela Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) do ano passado, provavelmente vão retardar a aceitação dos consumidores de veículos elétricos e podem atrasar a meta do presidente Joe Biden de ter metade dos novos veículos de passageiros vendida nos EUA funcionando com eletricidade até 2030.
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A administração de Biden admite que menos veículos elétricos serão elegíveis para créditos fiscais no curto prazo por causa das regras, mas diz que, com o tempo, mais veículos elétricos e peças serão fabricados nos EUA, criando uma cadeia de suprimentos doméstica e mais empregos.
Os créditos e outras medidas também acabarão com a dependência da China para peças e minerais, que agora domina, afirma o governo democrata.
Vendas recordes na Europa
Já na Europa, a venda de novos automóveis elétricos bateu recorde. Os veículos elétricos representaram 12,1% das vendas de carros novos na União Europeia (UE) em 2022, um nível recorde no bloco. Vale lembrar que, a partir de 2035, a UE proibirá a venda de automóveis novos a gasolina e diesel.
Em um setor em desaceleração desde o início da pandemia e que ainda enfrenta problemas de abastecimento, as vendas de carros elétricos subiram 28% na comparação com 2021 e superaram 1,1 milhão de unidades no ano passado, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (Acea).
Os veículos elétricos representaram 12,1% das vendas de novos carros em 2022, ante 9,1% em 2021 e 1,9% em 2019, destacou a entidade em um comunicado.
O mercado alemão teve um papel importante no resultado. As vendas aceleraram no fim do ano na maior economia europeia, antes da redução dos bônus para a compra destes veículos.
O mercado italiano foi o único que registrou quedas nas vendas de carros elétricos novos, de 26,9%.
Os híbridos não recarregáveis também seguiram em alta (+8,6%) e já representam 22,6% das vendas na UE, com pouco mais de 2 milhões de unidades vendidas.
As vendas de híbridos recarregáveis — veículos equipados com motor a gasolina ou diesel e com um pequeno motor elétrico recarregável na tomada — desaceleraram pela primeira vez, com aumento de 1,2%, a 874.182 unidades.
No total, os carros elétricos (híbridos e 100% elétricos) superam desde o fim de 2021 as vendas de carros a gasolina, que representaram 36,4% das vendas no ano de 2022, com quase 3,3 milhões de unidades.
A Comissão Europeia pretende proibir as vendas de novos carros a gasolina e diesel a partir de 2035.
Diante da perspectiva, as montadoras intensificaram as ofertas e também as vendas de veículos elétricos e híbridos, com tarifas elevadas.
O diesel, afetado por uma oferta cada vez menor entre os fabricantes, prosseguiu em queda (-19,7% em 2022), com 1,5 milhão de unidades vendidas.
O automóvel, o principal meio de transporte dos europeus, representa um pouco menos de 15% das emissões de CO2 na União Europeia.
*Com informações de Estadão Conteúdo e AFP