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Capacidade instalada da indústria tem folga, diz Skaf

São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje ter "mostrado e provado" ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que não há necessidade de elevar a taxa básica de juros, a Selic - hoje em 8,75% ao ano -, na próxima reunião do Comitê […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje ter "mostrado e provado" ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que não há necessidade de elevar a taxa básica de juros, a Selic - hoje em 8,75% ao ano -, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Skaf apresentou a Meirelles dados de um estudo da Fiesp, segundo o qual os investimentos feitos pela indústria ao longo de 2009 aumentaram o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) em 5%.

De acordo com o estudo, os investimentos previstos para este ano farão com que o volume de máquinas e equipamentos instalados na economia para a utilização na capacidade produtiva cresça 10%. "Com a produção e os investimentos previstos para este ano, teremos uma folga no Nuci, que ficará em torno de 70%", disse ele. Skaf reiterou que a produção da indústria hoje está 5% abaixo do nível registrado no período pré-crise, em setembro de 2008. "Naquela época, a indústria ainda não estava em plena utilização e ainda tinha capacidade de crescer", afirmou.

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O presidente da Fiesp disse que membros do Departamento de Economia da entidade teriam um encontro, ainda nesta tarde, com o diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, na capital paulista. No encontro, a Fiesp apresentaria o estudo que também conclui que o aumento da inflação, verificado no início deste ano, está relacionado a fatores sazonais, como mensalidades escolares, tarifas de transporte e IPTU. O estudo relaciona a elevação dos preços de alimentos ao período de chuvas e garante que o álcool combustível vai recuar com a entrada da nova safra.

"A última coisa de que o Brasil precisa é algo para inibir a demanda e a produção. Eu diria que, nessas condições, um aumento da Selic seria um verdadeiro absurdo", declarou. "Se isso ocorrer, vai haver um travamento dos investimentos e aumento do desemprego. A indústria ainda registra um déficit de 230 mil trabalhadores, quando comparado ao período pré-crise. Eu diria até que seria uma irresponsabilidade aumentar a Selic", acrescentou.

Na avaliação de Skaf, a decisão de Meirelles sobre se continua na presidência do BC ou se disputa algum cargo político este ano é de caráter pessoal. "O Brasil é maior que qualquer brasileiro e qualquer atitude que ele tomar, ficando ou deixando a instituição para se candidatar ao Senado ou à Vice-Presidência. O BC é uma instituição estruturada e a economia brasileira goza de estabilidade", afirmou Skaf, que negou que a conversa tenha enveredado pela política, embora o presidente da Fiesp também tenha a intenção de se candidatar nas eleições de 2010 - neste caso, ao governo de São Paulo.

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