Economia

Brasil será grande exportador de petróleo em 2035, aponta EUA

Rio de Janeiro - O Brasil vai passar a ter um papel de protagonista no cenário geopolítico internacional, a partir do relatório divulgado ontem (25) pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. O comentário é do professor Helder Queiroz, do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em entrevista […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio de Janeiro - O Brasil vai passar a ter um papel de protagonista no cenário geopolítico internacional, a partir do relatório divulgado ontem (25) pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. O comentário é do professor Helder Queiroz, do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em entrevista à Agência Brasil. O relatório contém previsões sobre produção e consumo de energia até 2035 no mundo e, pela primeira vez, cita o Brasil, ao lado da Rússia e do Cazaquistão, como líder no crescimento da produção de petróleo entre as nações que não fazem parte da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP).

O economista da UFRJ recordou que esse tipo de projeção não considerava o Brasil porque a produção do país atendia apenas ao mercado interno e não havia expectativa de grandes excedentes exportadores. "A partir de agora, com o pré-sal, efetivamente isso aumenta muito. E a possibilidade de o país se tornar um exportador líquido já está sendo considerada pelas projeções internacionais de longo prazo de oferta e demanda de energia. Esta é a primeira vez que aparece nessas projeções de longo prazo uma consideração mais explícita do pré-sal para completar a oferta mundial de petróleo".

De acordo com o documento, a produção de petróleo brasileira deverá subir de 2 milhões de barris diários, em 2007, para cerca de 4 milhões/dia em 2020 e 6 milhões/dia em 2035. Já a produção dos Estados Unidos entraria em declínio a partir de 2020.

"O Brasil está com muitos planos de uma trajetória de crescimento da produção e os Estados Unidos estariam atingindo o pico da produção em 2020", disse Helder Queiroz. Lembrou que os Estados Unidos são o maior importador mundial e a sinalização de que a produção do país entrará em declínio em 2020 significa que "não vão entrar novas áreas de exploração e de produção tão cedo".

A tendência de produção declinante dos Estados Unidos abre oportunidades para o Brasil, avaliou o professor. "Como os Estados Unidos são o maior importador, também vão estar de olho [nos países] de onde vão poder importar. Isso acaba sendo muito bom [para o Brasil]".

O relatório da matriz mundial de energia será apresentado pelo diretor do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Richard Newell, na 33ª edição da Conferência Internacional da International Association for Energy Economics (IAEE), que ocorre pela primeira vez no Brasil. Será no Rio de Janeiro, no período de 6 a 9 de junho. O professor Helder Queiroz é o coordenador da programação da conferência.

 

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