Brasil pode mais que dobrar capacidade em usinas solares em 2018
Aneel estima que até 1 gigawatt em novas centrais fotovoltaicas podem ser concluídas neste ano
Reuters
Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 13h50.
São Paulo - O Brasil pode mais do que dobrar a capacidade instalada em grandes usinas de geração de energia solar neste ano, apontou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relatório nesta terça-feira.
O órgão regulador estima que até 1 gigawatt em novas centrais fotovoltaicas podem ser concluídas neste ano, mais do que os 935 megawatts em projetos de grande porte já em operação no país atualmente.
Os números mostram o enorme potencial de avanço da energia solar no Brasil. O país, que sempre apostou suas fichas em grandes hidrelétricas, começou a realizar licitações públicas para viabilizar projetos solares apenas em 2014-- e a fonte ainda representa menos de 1 por cento de sua capacidade instalada de geração.
Segundo o relatório da Aneel, assinado pela área de fiscalização da agência, cerca de 781 megawatts dos empreendimentos solares previstos para 2018 têm alta probabilidade de serem concluídos no prazo.
Outros 231 megawatts previstos são apontados como com "viabilidade média" para implementação nesse horizonte.
De acordo com o documento, as usinas com alta viabilidade são as que já possuem todas licenças ambientais e obras em andamento, enquanto as de média viabilidade ainda não iniciaram a construção ou não concluíram o licenciamento.
A Reuters publicou no início de janeiro que o Brasil fechou 2017 com pouco mais de 1 gigawatt em usinas solares, dos quais 935 megawatts em projetos de grande porte e cerca de 164 megawatts em geração distribuída-- geralmente placas fotovoltaicas instaladas em telhados de indústrias, residências ou comércios.
O relatório da Aneel divulgado nesta terça-feira aponta ainda 100 megawatts em projetos de usinas solares vistos como problemáticos, com "baixa viabilidade".
Segundo o documento, já há processos em andamento na Aneel para revogação da autorização desses empreendimentos.
O baixo volume de projetos com problemas para sair do papel vem após um leilão inédito em agosto passado oferecer a investidores a oportunidade de pagar prêmios em troca de desistir sem multas de seus empreendimentos. Na ocasião, nove usinas fotovoltaicas tiveram os contratos cancelados.