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Brasil pode ganhar mercado europeu com aftosa da Argentina

Os produtores e frigoríficos exportadores de carne brasileiros podem lucrar com a declaração de aftosa na Argentina. É claro que num primeiro momento, a imagem do Brasil como produtor pode ser prejudicada por estar próximo a países que têm o foco da aftosa. "Esperamos, na verdade, que o Brasil repita o desempenho de 2001, quando […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

Os produtores e frigoríficos exportadores de carne brasileiros podem lucrar com a declaração de aftosa na Argentina. É claro que num primeiro momento, a imagem do Brasil como produtor pode ser prejudicada por estar próximo a países que têm o foco da aftosa. "Esperamos, na verdade, que o Brasil repita o desempenho de 2001, quando a Argentina já havia registrado aftosa, conquistando mais espaço no mercado europeu", afirmou Luiz Eduardo Batalha, presidente da Anapeq (Associação Nacional dos Produtores de Carne e Couro de Qualidade) e membro do conselho consultivo da ABCZ (dos produtores de zebu). "O Brasil está há 10 anos sem aftosa [nas regiões exportadoras] e só tem a ganhar com isso. Obviamente, seria melhor para todos se o continente fosse livre [da doença], mas temos de pensar no mercado que precisa ser conquistado." Só de carnes do tipo primium a Argentina exporta 28 mil toneladas, enquanto o Brasil vende apenas 5 mil toneladas.

As importações de produtos e subprodutos de animais da Argentina foram suspensas temporariamente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro na última sexta-feira (5/9). O governo argentino comunicou oficialmente ao ministério a ocorrência de um foco de febre aftosa na província de Salta, localizada ao norte do país. A importação de qualquer animal que possa pegar a doença (bovinos, bulalinos, caprinos, suínos e ovinos). Bolívia e Paraguai já haviam declarado neste ano que estão com focos da doença.

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Desde 2001, estavam suspensas as importações de animais vivos e carne com osso da Argentina, por causa de risco de aftosa. Agora, a proibição foi estendida para a carne maturada e desossada, além de leite em pó, queijo e demais subprodutos. Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão do Brasil será reavaliada de acordo com as medidas sanitárias e investigações epidemiológicas efetuadas pela Argentina.

Sisbov

Na próxima quinta-feira (11/9), o ministério reúne mais uma vez a Câmara Setorial da Carne para discutir a certificação de origem e a aftosa junto aos países vizinhos. A proposta de certificação de origem por propriedade, elaborada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) será analisada pela Câmara Setorial e depois passará pelo Comitê Técnico do Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação de Bovinos). A palavra final será do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento . O projeto também será apresentado na reunião entre o ministério e representantes do mercado internacional durante os dias 15 e 19 de setembro, em Bruxelas (Bélgica), que acontece logo após o término da reunião da OMC em Cancun, no México (de 10 a 14 de setembro).

O projeto prevê a reestruturação do Banco Nacional de Dados do Sisbov para o registro das fazendas. Com isso, deverá ser criado o Registro Geral de Propriedades. A emissão dos certificados de origem ficará a cargo das certificadoras credenciadas pelo ministério.

Segundo a ABCZ, mesmo o pecuarista que optar pela certificação por propriedade deve continuar fazendo a identificação individual dos animais. Já o frigorífico abatedor deverá dar prosseguimento ao sistema de certificação.

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