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Brasil não deve buscar crescimento chinês, diz professor da UnB

Para o chefe do Departamento de Economia da UnB, Roberto Ellery, o resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre é positivo, mas não se sustenta no longo prazo

Indústria impulsionou alta do PIB, o crescimento do setor foi de 14,8% em comparação com o primeiro trimestre de 2009 (.)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2010 às 10h58.

Brasília - A alta de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2010 em relação aos últimos três meses do ano passado é positiva, mas não é sustentável no longo prazo, diz o chefe do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Ellery. Para o professor, o que garante um crescimento duradouro é o aumento da produtividade e da eficiência.

De acordo com economista, a alta de 9% do PIB em comparação com o mesmo período de 2009 é exagerada. "Os números de crescimento da China não são referências boas para o Brasil. Um crescimento entre 4% e 4,5% ao ano é consistente com nosso país", defende o professor. Para ele, o Brasil deve esperar um aumento do PIB mais lento que o da China, mas cerca de 2 pontos percentuais superior ao dos Estados Unidos.

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Segundo Ellery, o Brasil está vivendo um momento parecido com o "milagre econômico" da década de 70. "A situação não foi sustentável na época e o problema pode se repetir. Esse foco excessivo no crescimento por parte do próprio governo é preocupante", alertou.

No entanto, o professor destaca que a notícia é boa para as autoridades. "O resultado para o governo é excelente. Se a economia volta a crescer, ele tem uma folga na questão fiscal", destacou. "O aumento na arrecadação somado à alta no PIB permite que o governo mantenha os gastos", disse o economista. Ellery espera, no entanto, um aperto fiscal para o próximo ano "independente de quem ganhar a eleição".

Leia mais: Investimento e consumo das famílias lideram o crescimento

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