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Brasil fecha o ano como o maior exportador de soja do mundo, diz CNA

São Paulo, 12 de agosto (Portal EXAME) O Brasil vai encerrar o ano como o maior exportador de soja do mundo em valor de embarques, ultrapassando pela primeira vez a liderança histórica dos Estados Unidos. A estimativa foi divulgada hoje pela Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária (CNA) e leva em conta que as […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

São Paulo, 12 de agosto (Portal EXAME) O Brasil vai encerrar o ano como o maior exportador de soja do mundo em valor de embarques, ultrapassando pela primeira vez a liderança histórica dos Estados Unidos. A estimativa foi divulgada hoje pela Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária (CNA) e leva em conta que as exportações dos produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) vão render ao Brasil 8 bilhões de dólares. A receita dos Estados Unidos deve ficar em no máximo 7,2 bilhões, pelos cálculos da CNA.

Os Estados Unidos permanecem como o maior exportador por volume. Estima-se que o país embarque cerca de 25 milhões de toneladas de grão neste ano, contra 15 milhões de toneladas do Brasil. Mas como o Brasil exporta uma grande quantidade de farelo e também de óleo, com certeza podemos dizer que estamos iniciando uma virada em relação aos Estados Unidos , diz Donizete Beraldo, chefe da Assessoria Internacional e de Comércio Exterior da CNA.

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Segundo dados anunciados hoje (12/8) pela CNA, a balança do agronegócio acumulou entre janeiro e julho um saldo comercial positivo de 13,5 bilhões de dólares: novo recorde que representa um aumento de 40,3% em relação aos 9,62 bilhões de dólares contabilizados em igual período do ano passado. As exportações chegaram a 16,214 bilhões de dólares (contra US$ 12,272 bilhões, em igual período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram 2,717 bilhões de dólares no período (frente 2,650 bilhões de dólares, em igual período do ano passado).

O complexo soja foi responsável por cerca de 30% das exportações do agronegócio entre janeiro e julho, mas respondeu por metade do crescimento das exportações no período ou seja, o complexo soja foi o item da pauta que mais ganhou mercados. Sozinho somou 4,472 bilhões de dólares nos primeiros sete meses deste ano. O resultado isolado representa um crescimento de 76,6% na comparação com o acumulado em igual período do ano passado.

Tal expansão foi impulsionada por dois fatores. Primeiro, pesou o aumento da produção interna, que chegou a 51,265 milhões de toneladas este ano, contra 42,027 milhões de toneladas no ano passado. Segundo, a receita do setor foi beneficiada pela recuperação dos preços internacionais do produto. Entre janeiro e julho deste ano, o preço médio de negociação do complexo soja ficou em 218,5 dólares por tonelada, alta de 19% frente aos 183,5 dólares por tonelada, em igual período do ano passado.

Efeito multiplicador

O avanço da soja no mercado internacional tem repercutido na economia interna e puxado o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária. O efeito multiplicador tem impulsionado outros setores, como o máquinas, o de equipamentos e o de insumos, além de promover a geração de empregos , diz Beraldo. As grandes cidades não sentem, mas o interior do Brasil vive um boom neste momento promovido principalmente pela soja.

Segundo estudo CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o PIB do agronegócio cresceu 5,3% entre janeiro e maio. Em igual período de 2002, o crescimento acumulado havia sido de 2,1% em termos reais.

Com base no crescimento acumulado nos cinco primeiros meses do ano, o estudo projeta que o PIB do agronegócio brasileiro fechará o ano em 446,70 bilhões de reais, contra os 424,32 bilhões de reais registrados no ano passado. É um crescimento acima de 5%. Em outro estudo, que calcula o faturamento bruto dos principais produtos do setor, fica claro que o responsável por esse desempenho é o complexo soja.

O faturamento da soja teve o maior crescimento entre os produtos avaliados: é possível projetar que o Valor Bruto da Produção (VBP) da soja chegará a 32,040 bilhões de reais neste ano, em crescimento de 54,8% na comparação com os 20,701 bilhões registrados em 2002. Entre outros produtos agrícolas, apenas seis tendem a registrar um VBP negativo. O café beneficiado deve ter o pior resultado: 5 bilhões de reais, contra 7 bilhões de reais no ano passado, uma queda de 23%. Também devem cair os faturamentos dos setores de cana-de-açúcar, cebola, laranja, mandioca e uva.

Liderança na carne

A carne é outro produto que deve terminar o ano como destaque no agronegócio brasileiro. Há algumas semanas, os produtores anunciaram a perspectiva de o Brasil terminar 2003 também como líder mundial na exportação de carnes. No levantamento sobre as exportações divulgado hoje pela CNA, o produto aparece como destaque.

O complexo carnes fechou os sete primeiros meses do ano com uma receita da ordem de 2,078 bilhões de dólares nas exportações; contra 1,626 bilhão de dólares, em igual período do ano passado. O resultado representa um crescimento de 27,8%. preço médio pago ao setor de carnes, porém, registrou queda na comparação com o ano passado. Entre janeiro e julho deste ano, o valor médio da tonelada exportada foi de 1,101 mil dólares, 7,4% abaixo dos 1,189 mil dólares pagos nos sete primeiros meses do ano passado.

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