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Brasil é "razoável" para os negócios, diz novo índice da Amcham

Imagine que um de seus amigos sacou as economias do banco e fez um financiamento para investir na construção uma bela casa em um condomínio novo, mas considerado promissor, onde pretendia cultivar jardins, criar os filhos e fazer um novo círculo de relacionamentos. Passado um ano da mudança, você o encontra e pergunta como está […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.

Imagine que um de seus amigos sacou as economias do banco e fez um financiamento para investir na construção uma bela casa em um condomínio novo, mas considerado promissor, onde pretendia cultivar jardins, criar os filhos e fazer um novo círculo de relacionamentos. Passado um ano da mudança, você o encontra e pergunta como está a nova vida: razoável , diz ele. Na melhor das hipóteses, seu amigo parece estar tentando se adaptar, mas fica no ar a impressão de que nem tudo ainda saiu como ele gostaria ou planejou.

Presidentes de 47 unidades brasileiras de multinacionais sinalizam ter uma sensação parecida em relação ao ambiente oferecido para os negócios no Brasil. A opinião desse grupo serviu de base para a formulação do primeiro Business Climate Indicator (BCI), um indicador de clima para os negócios, formulado pela Câmara Americana de Comércio de São Paulo (Amcham). As entrevistas foram feitas entre maio e junho.

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O índice adota conceitos: péssimo, muito ruim, ruim, razoável, bom, muito bom e excelente, tomando como base uma pontuação para 25 critérios essenciais à realização de bons negócios. São avaliados o ambiente sócio-econômico (como segurança, credibilidade das instituições, nível de democracia), a infra-estrutura local (qualidade e disponibilidade de fontes de energia e dos sistemas de transportes), os fatores produtivos (como liberdade de mercado, perspectiva de crescimento econômico, qualidade da mão-de-obra) e os aspectos da regulamentação governamental (como carga tributária, burocracia, encargos trabalhistas).

Nessa primeira versão, o BCI ficou em 49 pontos - ou razoável . O resultado, pessoalmente, me surpreendeu , disse Paulo Albuquerque, presidente do comitê de Economia da Amcham e coordenador da pesquisa. Tinha a impressão de que estaríamos oferecendo condições melhores. Para ler a íntegra da pesquisa clique aqui ou no box acima.

Pesaram contra o ambiente econômico no Brasil (e receberam notas ruins) problemas há muito alardeados pelo setor empresarial local: baixo nível geral de educação, alta carga tributária, deficiências dos portos, estradas e ferrovias locais, carência de financiamentos, alto custo do capital e falta de respeito à legislação de propriedade intelectual. A falta de segurança rendeu a pior nota: muito ruim. Nos 25 critérios analisados, 10 receberam a nota ruim e 11 itens tiveram a qualificação razoável . Apenas quatro itens conseguiram um bom , a nota máxima neste primeiro BCI: democracia e liberdade de expressão; nível de aceitação de estrangeiros e liberdade de mercado.

A Amcham de São Paulo elaborou o BCI a partir de uma metodologia própria e pretende sugerir sua adoção a unidades em outros países para estabelecer um indicador internacional sobre a percepção dos executivos de grandes multinacionais em relação ao clima para os negócios em diferentes economias e seu grau de atratividade. Como se trata também da primeira edição, o BCI ainda não tem parâmetro de comparação no tempo. O BCI será divulgado semestralmente e a segunda pesquisa deve sair no final do ano. A partir de então, poderemos acompanhar uma evolução e, quem sabe, interpretar tendências , diz Álvaro Souza, presidente da Amcham.

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